Toyota Yaris Hybrid Premier Edition. Pode um carro híbrido ser divertido?

Com mais de duas décadas de serviço, a quarta geração do Toyota Yaris acaba com o diesel (mantém a gasolina) e aposta forte numa variante híbrida.
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O novo Yaris não deixa ninguém indiferente. Está musculado, mais largo, mais baixo e ligeiramente mais curto, mas com uma maior distância entre eixos, fruto da nova plataforma GAB. O sistema de propulsão combina na versão testada um motor elétrico com 80 cv e um motor de combustão 1.5 l de três cilindros com 90 cv de ciclo Atkinson. Há três modos de condução, normal, eco e sport, existindo ainda um modo B, no qual a regeneração é mais pronunciada. Em percurso extraurbano verificámos uma média de 4,9 litros aos 100 quilómetros; já em autoestrada e fazendo uso do cruise control a uma velocidade de 120 km/h, obtivemos 4,5 litros. Longe dos 3,7 litros indicados pela marca em ciclo combinado, mas mantendo ainda assim uma boa dose de frugalidade.

A Toyota anuncia ainda ser possível circular até 80% do tempo em modo 100% elétrico. Se nas gerações anteriores da transmissão CVT, quando pisávamos o acelerador não acontecia nada de empolgante, agora ao escolhermos o modo sport somos surpreendidos por um impulso para a frente que permite ao Yaris Hybrid fazer uns honestos 9,7 segundos dos 0 aos 100 km/h. Ainda continuamos a ouvir o propulsor de três cilindros, mas está amenizado.

Na verdade, o comportamento dinâmico é surpreendentemente divertido. Graças à rigidez extra o novo chassis é comunicativo, previsível e aceita mudanças de direção sem reclamar. No quotidiano o Yaris Hybrid é confortável, mas apesar da taragem das molas traseiras ser mais suave, sentem-se as irregularidades do piso ao circular por ruas em mau estado. Atrás, há espaço para dois adultos, mas a altura é limitada pela colocação das baterias de iões de lítio sob o banco.

A bagageira disponibiliza apenas 284 litros, o acesso tem um desnível que dificulta sobretudo as operações de descarga. A qualidade dos materiais é geralmente boa, há um revestimento almofadado no topo do tablier e diferentes texturas nas portas.

Para o condutor as coisas estão melhores do que na geração anterior. A posição de condução está mais baixa, o banco oferece mais apoio e o volante tem uma excelente pega. A informação é-nos fornecida num quadrante com dois mostradores circulares: um para a velocidade e outro que exibe o desempenho híbrido, com o habitual retângulo ao centro para o computador de bordo.

No centro do tablier está o ecrã tátil de infoentretenimento que, felizmente, tem botões físicos para acesso às funções - a Toyota continua a insistir numa interface pouco intuitiva. A eliminação de distrações durante a condução é uma prioridade e para esse fim temos um head-up display que projeta a informação essencial no para-brisas. Chegamos ao preço. 25 990€ para a versão testada que se justifica pelo equipamento incluído, a destacar: Android Auto e Apple Car Play, faróis LED, máximos automáticos, reconhecimento de sinais, cruise control adaptativo, aviso de saída de faixa, travagem de emergência, jantes de 17 polegadas, tejadilho panorâmico.

A Toyota parece ter descoberto a fórmula para conciliar dois conceitos à partida difíceis de funcionarem bem em conjunto na forma do Yaris Hybrid: economia e diversão. O que se pode querer mais?

Ficha Técnica

Motor 1490 cc, três cilindros, injeção direta, ciclo Atkinson
Potência: 92 cv/5600 rpm
Binário máximo: 120 Nm/3600-4800 rpm
Motor elétrico: síncrono de magneto permanente
Bateria: iões de lítio (0,76 kwh)
Potência: 80 cv
Binário: 141 Nm
Potência combinada: 116 cv
Aceleração 0-100: 9,7 segundos
Velocidade máxima: 175 km/h
Consumo: 4,1 litros/100 km
Emissões CO2: 92 g/km
Preço: desde 24 840€; versão ensaiada: 25 990€

fernando.marques@globalmediagroup.pt

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