Estreado em 1995, o primeiro Toy Story respondia em filme a uma daquelas dúvidas que todos temos em criança: o que fazem os brinquedos quando nós saímos do quarto e enquanto passamos o dia na escola? Será que eles têm conversas entre si? O que é que os brinquedos pensam disto tudo? Ao longo de três filmes, afeiçoámo-nos a Woody (voz de Tom Hanks na versão original, Miguel Ângelo em Portugal), um cowboy que era o brinquedo preferido de Andy e que nunca deixou de perseguir aquele que é (como todos sabem) o grande objetivo dos brinquedos: fazer as crianças felizes. Ao mesmo tempo que se metia em grandes aventuras e nos dava lições sobre a amizade e a solidariedade..Todos nos lembramos do emocionante final de Toy Story 3 em que, antes de ir para a universidade, Andy oferece a sua caixa de brinquedos a uma menina para que eles continuem a cumprir a sua função. O que nós descobrimos agora é que Bonnie, a rapariga que herdou os brinquedos de Andy, apesar de ser uma criança adorável, não parece gostar assim tanto de Woody. O cowboy estava habituado a ser o preferido e a liderar as aventuras no quarto dos brinquedos, mas com Bonnie as coisas são diferentes: ela gosta mais de brincar com a boneca Dolly. Mas Woody não gosta de ficar para trás e insiste em meter-se na vida de Bonnie, por exemplo escondendo-se dentro da sua mochila quando ela vai para o infantário..Na escola, Bonnie faz um novo amigo. Faz mesmo, com as suas mãos: Forky é um garfo de plástico que ganha olhos, boca e braços e assim se transforma num brinquedo. Mas Forky (voz de Tony Hale) não se sente bem entre os brinquedos, ele não é verdadeiramente um deles, e só sonha em ir-se embora e enfiar-se num caixote do lixo qualquer. Ele nem percebe como é que está vivo e as questões que coloca são, até, bastante filosóficas. O questionamento de Forky também põe Woody a pensar: afinal, se um simples talher descartável pode ser um brinquedo, o que há de tão especial nos brinquedos?.Nesta aventura, Woody reencontra o seu antigo amor, a pastora de porcelana Bo Peep (voz de Annie Pots), que tinha pertencido a Andy e que depois de ter estado ausente no terceiro filme vive agora livremente, sem nenhuma criança, acompanhada por um grupo de amigos. O que leva Woody a novas interrogações: um brinquedo pode viver e ser feliz sem ter uma criança como "sua"?.Alguns críticos consideram que este Toy Story 4 é mais um epílogo do que um novo episódio. No fim dos primeiros três filmes, Woody tinha chegado à triste conclusão de que as crianças crescem e envelhecem mas os brinquedos não, portanto seria melhor encontrar uma nova criança para fazer feliz. Mas neste filme algo muda: não é que Woody ganhe rugas e dores nas articulações, mas de alguma forma ele percebe que se calhar é altura de se reformar. Ele teve o seu tempo como líder dos brinquedos, mas esse tempo já passou. Um pouco como acontece na vida real, quando, depois de muita resistência, as pessoas mais velhas têm de admitir que é o momento de dar a vez aos mais novos..Se Toy Story sempre soube apelar aos pequenos e grandes espectadores, isso talvez ainda seja mais claro neste quarto filme. Já no primeiro - quando o astronauta Buzz Lightyear (voz de Tim Allen/Paulo B.) apareceu, cheio de luzes e sons - Woody se tinha sentido ameaçado pelos novos brinquedos. Mas levou quatro filmes a admitir que talvez estivesse ultrapassado. A mensagem - que alguns interpretam também como sendo uma mensagem política - deste novo filme é mais: glorificar o passado e ficar preso ao passado não é bom, porque o progresso é necessário. "Às vezes, mudar é bom", conclui Woody..Toy Story ainda bate recordes de bilheteira.Em 1995, Toy Story inaugurou uma nova era no cinema de animação, por ser totalmente digital. Desde então, a Pixar (que entretanto se juntou à Disney) foi responsável por títulos como À Procura de Nemo, Monstros e Companhia, Up - Altamente, Carros, Os Incríveis ou Divertida-Mente..24 anos depois da estreia do primeiro filme, a saga Toy Story continua a bater recordes: o quarto episódio é o filme de animação mais visto de sempre no primeiro fim de semana de exibição. Apesar de não ter conseguido conquistar a China e de ficar muito aquém do que seria desejável no box office americano ("apenas" 104 milhões de euros, em vez dos previstos 123 milhões), a verdade é que mundialmente o filme conseguiu na abertura receitas de bilheteira na ordem dos 208 milhões de euros. E ainda há muitos países, como Portugal, França, Alemanha e Itália, onde só nesta semana chegam o cowboy Woody e o astronauta Buzz Lightyear..Apesar da "desilusão" no mercado americano, Toy Story 4 é o quarto filme de animação com a melhor estreia nos EUA (depois de Incredibles 2: Os Super-Heróis, À Procura de Dory e Shrek, o Terceiro) e teve a melhor estreia de sempre para um filme de animação no Reino Unido (com uma receita de bilheteira de 13,5 milhões de euros em três dias)..Também é apenas o terceiro filme deste ano a conseguir uma receita de mais de cem milhões de dólares (87,8 milhões de euros) no fim de semana de abertura, logo atrás de Capitão Marvel e Avengers: Endgame, ambos da Disney. Ou seja: vai seguramente estar entre os filmes mais vistos do ano..Não é possível ainda saber se este quarto filme vai ser mais ou menos bem-sucedido do que o anterior - em 2010, o terceiro Toy Story conseguiu uma receita de bilheteira global superior a 878 milhões de euros, ganhou o Óscar de melhor filme de animação e o de melhor canção original (We Belong Together, de Randy Newman) e esteve nomeado para mais três Óscares, incluindo para melhor filme. Mas uma coisa sabemos: fazer um quarto filme depois daquela que era considerada uma trilogia perfeita foi um ato de coragem de toda a equipa - o realizador Josh Cooley e os argumentistas John Lasseter e Andrew Satanton (entre outros). E conseguir fazê-lo e receber elogios da crítica e dos espectadores (no IMDb, o filme está neste momento com uma classificação de 8,5, e no site Rotten Tomatoes a classificação é de 98%) é, só por si, um feito digno de nota..Os novos brinquedos.Forky (voz de Tony Hale).Garfinho em português. É um garfo de plástico a que, na escola, Bonnie aplicou uns olhos, uma boca e uns braços, criando um boneco. No entanto, o garfo não se conforma com a sua nova condição e não quer ser um brinquedo..Gabby Gabby (voz de Christina Hendricks).É uma boneca antiga, da década de 1950, que tem um defeito de fabrico e, por esse motivo, nunca foi vendida nem nunca pertenceu a uma criança, tendo-se tornado amarga e revoltada com o mundo. Gabby Gabby vive numa loja de antiguidades, onde exerce o seu poder sobre os outros brinquedos antigos..Bunny e Ducky (vozes de Jordan Peele e Keegan-Michael Key).São dois peluches que viveram grande parte da sua vida numa máquina de prémios sem nunca contactar com os humanos, pelo que não têm qualquer noção de como é que funciona a interação entre pessoas e brinquedos. São ao mesmo tempo ingénuos e divertidos..Duke Caboom (voz de Keanu Reeves).É um condutor de motos de acrobacia, canadiano, com um fato branco e um longo bigode. Duke gosta de se exibir mas sente-se culpado por não conseguir fazer todos os truques que os anúncios publicitários apregoaram que ele faria.
Estreado em 1995, o primeiro Toy Story respondia em filme a uma daquelas dúvidas que todos temos em criança: o que fazem os brinquedos quando nós saímos do quarto e enquanto passamos o dia na escola? Será que eles têm conversas entre si? O que é que os brinquedos pensam disto tudo? Ao longo de três filmes, afeiçoámo-nos a Woody (voz de Tom Hanks na versão original, Miguel Ângelo em Portugal), um cowboy que era o brinquedo preferido de Andy e que nunca deixou de perseguir aquele que é (como todos sabem) o grande objetivo dos brinquedos: fazer as crianças felizes. Ao mesmo tempo que se metia em grandes aventuras e nos dava lições sobre a amizade e a solidariedade..Todos nos lembramos do emocionante final de Toy Story 3 em que, antes de ir para a universidade, Andy oferece a sua caixa de brinquedos a uma menina para que eles continuem a cumprir a sua função. O que nós descobrimos agora é que Bonnie, a rapariga que herdou os brinquedos de Andy, apesar de ser uma criança adorável, não parece gostar assim tanto de Woody. O cowboy estava habituado a ser o preferido e a liderar as aventuras no quarto dos brinquedos, mas com Bonnie as coisas são diferentes: ela gosta mais de brincar com a boneca Dolly. Mas Woody não gosta de ficar para trás e insiste em meter-se na vida de Bonnie, por exemplo escondendo-se dentro da sua mochila quando ela vai para o infantário..Na escola, Bonnie faz um novo amigo. Faz mesmo, com as suas mãos: Forky é um garfo de plástico que ganha olhos, boca e braços e assim se transforma num brinquedo. Mas Forky (voz de Tony Hale) não se sente bem entre os brinquedos, ele não é verdadeiramente um deles, e só sonha em ir-se embora e enfiar-se num caixote do lixo qualquer. Ele nem percebe como é que está vivo e as questões que coloca são, até, bastante filosóficas. O questionamento de Forky também põe Woody a pensar: afinal, se um simples talher descartável pode ser um brinquedo, o que há de tão especial nos brinquedos?.Nesta aventura, Woody reencontra o seu antigo amor, a pastora de porcelana Bo Peep (voz de Annie Pots), que tinha pertencido a Andy e que depois de ter estado ausente no terceiro filme vive agora livremente, sem nenhuma criança, acompanhada por um grupo de amigos. O que leva Woody a novas interrogações: um brinquedo pode viver e ser feliz sem ter uma criança como "sua"?.Alguns críticos consideram que este Toy Story 4 é mais um epílogo do que um novo episódio. No fim dos primeiros três filmes, Woody tinha chegado à triste conclusão de que as crianças crescem e envelhecem mas os brinquedos não, portanto seria melhor encontrar uma nova criança para fazer feliz. Mas neste filme algo muda: não é que Woody ganhe rugas e dores nas articulações, mas de alguma forma ele percebe que se calhar é altura de se reformar. Ele teve o seu tempo como líder dos brinquedos, mas esse tempo já passou. Um pouco como acontece na vida real, quando, depois de muita resistência, as pessoas mais velhas têm de admitir que é o momento de dar a vez aos mais novos..Se Toy Story sempre soube apelar aos pequenos e grandes espectadores, isso talvez ainda seja mais claro neste quarto filme. Já no primeiro - quando o astronauta Buzz Lightyear (voz de Tim Allen/Paulo B.) apareceu, cheio de luzes e sons - Woody se tinha sentido ameaçado pelos novos brinquedos. Mas levou quatro filmes a admitir que talvez estivesse ultrapassado. A mensagem - que alguns interpretam também como sendo uma mensagem política - deste novo filme é mais: glorificar o passado e ficar preso ao passado não é bom, porque o progresso é necessário. "Às vezes, mudar é bom", conclui Woody..Toy Story ainda bate recordes de bilheteira.Em 1995, Toy Story inaugurou uma nova era no cinema de animação, por ser totalmente digital. Desde então, a Pixar (que entretanto se juntou à Disney) foi responsável por títulos como À Procura de Nemo, Monstros e Companhia, Up - Altamente, Carros, Os Incríveis ou Divertida-Mente..24 anos depois da estreia do primeiro filme, a saga Toy Story continua a bater recordes: o quarto episódio é o filme de animação mais visto de sempre no primeiro fim de semana de exibição. Apesar de não ter conseguido conquistar a China e de ficar muito aquém do que seria desejável no box office americano ("apenas" 104 milhões de euros, em vez dos previstos 123 milhões), a verdade é que mundialmente o filme conseguiu na abertura receitas de bilheteira na ordem dos 208 milhões de euros. E ainda há muitos países, como Portugal, França, Alemanha e Itália, onde só nesta semana chegam o cowboy Woody e o astronauta Buzz Lightyear..Apesar da "desilusão" no mercado americano, Toy Story 4 é o quarto filme de animação com a melhor estreia nos EUA (depois de Incredibles 2: Os Super-Heróis, À Procura de Dory e Shrek, o Terceiro) e teve a melhor estreia de sempre para um filme de animação no Reino Unido (com uma receita de bilheteira de 13,5 milhões de euros em três dias)..Também é apenas o terceiro filme deste ano a conseguir uma receita de mais de cem milhões de dólares (87,8 milhões de euros) no fim de semana de abertura, logo atrás de Capitão Marvel e Avengers: Endgame, ambos da Disney. Ou seja: vai seguramente estar entre os filmes mais vistos do ano..Não é possível ainda saber se este quarto filme vai ser mais ou menos bem-sucedido do que o anterior - em 2010, o terceiro Toy Story conseguiu uma receita de bilheteira global superior a 878 milhões de euros, ganhou o Óscar de melhor filme de animação e o de melhor canção original (We Belong Together, de Randy Newman) e esteve nomeado para mais três Óscares, incluindo para melhor filme. Mas uma coisa sabemos: fazer um quarto filme depois daquela que era considerada uma trilogia perfeita foi um ato de coragem de toda a equipa - o realizador Josh Cooley e os argumentistas John Lasseter e Andrew Satanton (entre outros). E conseguir fazê-lo e receber elogios da crítica e dos espectadores (no IMDb, o filme está neste momento com uma classificação de 8,5, e no site Rotten Tomatoes a classificação é de 98%) é, só por si, um feito digno de nota..Os novos brinquedos.Forky (voz de Tony Hale).Garfinho em português. É um garfo de plástico a que, na escola, Bonnie aplicou uns olhos, uma boca e uns braços, criando um boneco. No entanto, o garfo não se conforma com a sua nova condição e não quer ser um brinquedo..Gabby Gabby (voz de Christina Hendricks).É uma boneca antiga, da década de 1950, que tem um defeito de fabrico e, por esse motivo, nunca foi vendida nem nunca pertenceu a uma criança, tendo-se tornado amarga e revoltada com o mundo. Gabby Gabby vive numa loja de antiguidades, onde exerce o seu poder sobre os outros brinquedos antigos..Bunny e Ducky (vozes de Jordan Peele e Keegan-Michael Key).São dois peluches que viveram grande parte da sua vida numa máquina de prémios sem nunca contactar com os humanos, pelo que não têm qualquer noção de como é que funciona a interação entre pessoas e brinquedos. São ao mesmo tempo ingénuos e divertidos..Duke Caboom (voz de Keanu Reeves).É um condutor de motos de acrobacia, canadiano, com um fato branco e um longo bigode. Duke gosta de se exibir mas sente-se culpado por não conseguir fazer todos os truques que os anúncios publicitários apregoaram que ele faria.