Todas as formas em que Aldina se reinventou em Romance(s)
O mundo não está um lugar simpático. As pessoas têm mais com que se preocupar e Aldina Duarte estava sem vontade de voltar aos discos. "Estava mesmo desligada, convencida de que já tinha feito o que tinha a fazer em disco. Estava decidida a continuar a evoluir ao vivo, na casa de fados e que discograficamente já não tinha nada a dizer. Quando o mundo está tão foleiro não tenho motivação, há coisas mais importantes em que pensar além de fazer discos", assume a fadista que agora lança Romance(s).
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O disco surgiu por desafio da editora Paula Homem, Maria do Rosário Pedreira assinou as letras e Pedro Gonçalves, dos Dead Combo, ofereceu a sua música para tornar o trabalho duplo. "Costumo dizer que nunca me caiu nada do céu, mas fiquei com uma dúvida, será que isso nunca aconteceu por eu não ter dado espaço? Agora não fiz nada e apareceu tudo e em bom", diz.
Sem esconder que artisticamente carrega "muitos demónios", passados 11 anos do lançamento do seu primeiro disco - Apenas o Amor, 2004 - Aldina Duarte arriscou, afastou-se do seu território de eleição, o fado tradicional, e entregou-se nas mãos de um desconhecido, o homem por trás do som dos Dead Combo. "Assim que nos conhecemos descobrimos afinidades artísticas de tal maneira fortes que se estabeleceu logo uma cumplicidade e uma confiança que são fundamentais para criar qualquer coisa em conjunto", recorda.