Tirar o islâmico ao Estado Islâmico. É este o desejo da rainha da Jordânia
"Esta é uma batalha que não pode ser vencida apenas no terreno. No coração desta guerra está uma ideologia e não se pode matar uma ideologia com uma bala. Apenas com uma ideia melhor." Armada de palavras, foi assim que a mulher de Abdullah II da Jordânia disparou fortes críticas à organização jihadista, um mês depois de o Estado Islâmico ter anunciado a morte de um piloto jordano.
Uma grande salva de aplausos ecoou, na semana passada, durante a entrevista que a rainha consorte da Jordânia cedeu ao Huffington Post, a propósito de uma conferência internacional sobre o futuro, organizada por aquele jornal. Em declarações à editora chefe Arianna Huffington, Rania Al-Abdullah classificou o autoproclamado Estado Islâmico de um "bando de malucos", apoiada pelo público que assistia à entrevista, em Londres.
"Adoraria poder tirar a letra I da sigla ISIS (Islamic State of Iraq and the Levant, anterior designação do Estado Islâmico) porque não há nada de islâmico nela", começou por afirmar a rainha da Jordânia, prosseguindo: "Esse grupo não tem nada que ver com fé, mas sim com fanatismo. Penso que, enquanto comunidade internacional, não nos devíamos focar no aspeto religioso desse grupo porque, de cada vez que o fazemos, estamos a dar-lhe uma legitimidade que não é merecida. Não podemos deixar que o Estado Islâmico nos roube a identidade. Temos de escrever a nossa própria narrativa."