Timorenses mais pessimistas sobre direção de Timor-Leste
O estudo, realizado pelo International Republican Institute (IRI) e a que a Lusa teve acesso, mostra que, apesar das crescentes preocupações sobre o país, a ampla maioria dos sondados continua a ver de forma bastante positiva a ação dos líderes políticos do país.
A sondagem mostra ainda que, no atual momento de tensão política entre o Governo e a oposição e entre os órgãos de soberania, a ampla maioria dos sondados deseja consenso e diálogo e a procura de políticas consensuais para o país.
Os dados mostram que a perceção sobre o estado do país piorou nos últimos dois anos, já que em 2016, numa sondagem idêntica do IRI, 49% consideravam que Timor-Leste estava a ir em boa direção, com 21% a considerar o contrário.
Agora só 26% dizem que o país está a avançar na direção certa, contra 39% que pensam que está a ir por mau caminho.
Os pessimistas apontam a má execução da estratégia de desenvolvimento e dos projetos de infraestruturas, o facto do Presidente da República não ter ainda dado posse a nove membros do Governo e a opinião de que o executivo não está a trabalhar bem.
Entre as justificações dos que pensam que o país continua em boa direção os sondados apontam o desenvolvimento ou a estabilidade do país.
O estudo mostra o impacto da tensão política que se vive em Timor-Leste desde o final de 2017, com 55% a considerarem que o país está na mesma que há um ano e 11% a considerar que está pior, sendo que só 29% dizem que está melhor.
No estudo de 2017 a perceção de que o país estava melhor abrangia 45% dos sondados e em novembro de 2016 uma maioria, de 57%, pensava assim.
Ainda assim, uma maioria de 56% - ainda que menor que em 2017 -- considera que Timor-Leste estará melhor dentro de um ano, sendo os pessimistas 31% dos sondados.
Mais de metade dos sondados diz que a sua situação financeira pessoal se manteve, 27% que melhorou e 14% que piorou.
Cerca de 70% dos sondados diz que se vive "muita" ou "alguma" estabilidade política, contra os 24% que dizem que se vive "pouca" ou "bastante" instabilidade, com 36% a considerá-la mais estável que há um ano e 57% a considerar que vai melhorar até 2020.
Há cada vez mais timorenses (49%) a considerar que a prosperidade é mais importante do que a democracia (32%), valor que cresceu quatro pontos percentuais face a 2017.
A sondagem foi realizada por equipas da Insight para o IRI entre 23 e 30 de outubro e entre 5 e 12 de novembro, com questionários colocados a 1.500 timorenses com mais de 17 anos, nos 13 municípios do país.
A margem de erro é de aproxidamente 2,53% cento e o grau de confiança de 95%.