Tim Burton num impasse criativo
Que está a acontecer com o trajecto criativo de Tim Burton? Dir-se-ia que, apesar do brilhantismo de Alice no País das Maravilhas (2010), o seu trabalho tem sido contaminado pela necessidade (?) de garantir algumas cenas ou "números" que se aproximem da ostentação de certas formas de espetáculo que, sobretudo através dos filmes de super-heróis, têm vindo a contaminar muitas áreas da atual produção de Hollywood.
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Neste caso, a adaptação do "best-seller" de Ransom Riggs começa por ser tratada através de um assombramento muito típico do seu universo: as crianças "retidas" num vórtice temporal (que, no fundo, as protege da violência da Segunda Guerra Mundial) são personagens que espelham um conceito radical de inocência, sempre em convívio com os fantasmas da morte.
A pouco e pouco, no entanto, a "ação" parece impor-se como um fim em si mesmo, como se Burton desistisse de explorar as singularidades do seu próprio mundo ficcional. Será que ele procura uma mudança? Talvez, mas para onde?...
Classificação: ** Com interesse