Theresa May não cede mas moção de censura é fantasma a pairar

A primeira-ministra britânica Theresa May reuniu-se hoje com a renovada equipa governamental e mostrou-se determinada em permanecer no cargo, apesar da ameaça de uma moção de censura ou dos rumores de mais demissões no governo.
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As duas demissões no governo britânico levaram a intensa especulação sobre uma moção de censura liderada pelos brexiteers, a linha dura do partido no que ao brexit diz respeito.

O ministro responsável pelo brexit, David Davis, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Boris Johnson, partidários do brexit, bateram com a porta, tendo acusado May de fazer demasiadas concessões a Bruxelas no documento que o governo aprovou na sexta-feira em Chequers.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, reafirmou a sua autoridade durante a reunião com o renovado governo, tendo recebido apoio de muitos dos ministros, incluindo um dos líderes da campanha do brexit, Michael Gove.


May disse que presidiu a uma reunião "produtiva".

O governo britânico tem menos de nove meses para chegar a acordo com a União Europeia. Theresa May vai a Bruxelas apresentar, nos próximos dias, o seu plano para a relação futura com a UE, que passa pela criação de uma área de comércio livre de bens.

Traição final

"É a traição final de nossa democracia e da crença das pessoas nela. Não é sequer uma traição acidental, foi planeada e planeada com bastante antecedência", disse o deputado conservador Andrew Bridgen à Reuters, sobre os planos da primeira-ministra.
"Nunca tantos fizeram campanha durante tanto tempo e com tanto empenho por tão pouco em troca", concluiu.
Mas enquanto muitos defensores do brexit ainda esperam por um voto de confiança para derrubar May, é improvável que tenham quorum.

Segundo os estatutos do partido conservador, é o Comité 1922, órgão responsável pela organização interna dos conservadores, que ativa o processo da moção de censura. Para tal, sir Graham Brady, responsável pelo comité, tem de receber um mínimo de 48 cartas de deputados a exprimir esse desejo.

De seguida, a votação seria agendada e para derrubar a liderança necessitaria de 159 votos dos 316 deputados conservadores.

Após horas de "caos", como o Times titulou em manchete, este cenário parece afastado.

No entanto, ainda esta manhã, após o ministro do Ambiente, Michael Gove, ter cancelado uma conferência de imprensa, os rumores de mais um demissionário espalharam-se rapidamente.

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