Trump: Com mais controlo de armas, mortos poderiam ser "centenas"
O presidente norte-americano rejeitou hoje a necessidade de abrir o debate sobre o controlo de posse de armas nos Estados Unidos e disse que, com mais restrições, as vítimas do tiroteio no Texas "poderiam ter sido centenas". Donald Trump argumentou que o autor do ataque numa igreja de Sutherland Springs foi travado por um indivíduo armado.
"Se esse homem não tivesse uma arma e não tivesse disparado (contra o atacante), as vítimas poderiam ter sido centenas", disse Donald Trump, referindo-se ao residente da localidade de Sutherland Springs que, com a sua espingarda, enfrentou o homem que matou a tiro dentro de uma igreja 26 pessoas, antes de fugir e se suicidar.
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Trump, que falava numa conferência de imprensa ao lado do seu homólogo sul-coreano, Moon Jae-in, assinalou ainda que "o estado com mais controlo de armas é Chicago (Illinois) e é um desastre".
No dia anterior, Trump já tinha declarado que o tiroteio se deveu a "um problema de saúde mental de alto nível" e não de armas. "A saúde mental é o problema aqui (...) Não se trata de uma questão ligada às armas", declarou.
Devin Patrick Kelley, 26 anos, matou a tiro no domingo 26 pessoas e feriu dezenas de outras na 'First Baptist Church', em Sutherland Springs, 45 quilómetros a sudeste de San Antonio (Texas), quando decorria uma missa.
Mais de uma dezena de crianças e uma grávida integram a lista das 26 vítimas mortais, com idades compreendidas entre os 17 meses e os 77 anos, da maior matança na história do Estado do Texas. Uma única família perdeu oito elementos.
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A polícia descartou que o ataque se deva a motivos raciais, religiosos ou terroristas, tendo-lhe atribuído razões pessoais. "Não consideramos que a ação de ontem (domingo) se deva a motivos raciais ou religiosos, mas podemos dizer que havia uma série de problemas domésticos na sua família", afirmou o porta-voz do departamento de Segurança Pública do Estado (DPS), Freeman Martin, na segunda-feira, durante uma conferência de imprensa.
O porta-voz avançou que a madrasta do atacante era paroquiana da First Baptist Church, uma congregação contra a qual o suspeito emitiu uma série de ameaças mas os motivos não foram esclarecidos.
As autoridades também confirmaram que tudo aponta para que Devin Kelley, um antigo militar que foi dispensado por má conduta, se tenha suicidado.
Força Aérea não submeteu registo criminal do atirador
A Força Aérea norte-americana não informou o FBI da condenação de violência doméstica do homem que matou a tiro 26 pessoas no Texas, como é requerido pelas regras do Pentágono, afirmaram hoje as autoridades
Devin Kelley foi condenado por agressão da sua mulher e do filho desta num tribunal da Força Aérea no Novo México, em 2012, cumprindo 12 meses de prisão antes de ser dispensado por má conduta em 2014.
Segundo as regras do Pentágono, as informações sobre condenações de militares em casos de agressões devem ser enviadas para o FBI, de modo a que fiquem incluídas na base de dados do registo criminal nacional.
A Força Aérea reconheceu o erro e informou, em comunicado, que já ordenou uma análise ao caso de Devin Kelley.
"Vamos também analisar a base de dados da Força Aérea para garantir que outros casos foram reportados corretamente. A Força Aérea pediu também ao inspetor geral do Departamento de Defesa para que analise os registos e procedimentos em todo o Departamento de Defesa", afirmou Ann Stefanek, porta-voz da Força Aérea.