"Tentaram fugir mas não chegaram a tempo. Instintivamente, abraçaram-se"

Nikos Economopoulos, líder da Cruz Vermelha grega conta à BBC como encontrou os 26 corpos na aldeia de Mati, perto de Atenas. Os incêndios na Grécia já fizeram 74 mortos.
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A guarda costeira grega socorreu centenas de pessoas que tentaram fugir dos incêndios lançando-se ao mar. Mas nem todos conseguiram. Nikos Economopoulos, líder da Cruz Vermelha grega encontrou 26 corpos em Mati, uma aldeia costeira a 40 quilómetros de Atenas.

"Eles tentaram encontrar um caminho de fuga mas infelizmente estas pessoas e os filhos não conseguiram chegar a tempo. Instintivamente, vendo o fim chegar, abraçaram-se", contou Economopoulos à BBC.

Um fotógrafo da AFP no local também relatara ter visto os corpos carbonizados e abraçados uns aos outros. O balanço dos incêndios na Grécia vai em 74 mortos e 178 feridos.

"Felizmente o mar estava ali e fomos até ao mar, porque as chamas nos perseguiam até à água", contou Kostas Laganos, O sobrevivente disse à BBC como "queimava-nos as costas e mergulhámos no mar. Disse, meu Deus, temos de correr para nos salvarmos".

Para Laganos, esta noite de incêndios trouxe à memória "a erupção do Vesúvio em Pompeia. Terrível".

Mati é uma aldeia com pouco mais de 200 habitantes mas que no verão se enche de turistas, sobretudo reformados e crianças vindos frequentar os seus campos de férias.

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, declarou o estado de emergência em toda a região de Ática, onde fica a capital, Atenas. A região de Ática tem uma população de 3,5 milhões. Além de Atenas e do porto do Pireu tem ainda várias outras cidades.

[notícia atualizada às 16.50 com o mais recente balanço de vítimas]

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