"Tenho a esperança que as negociações possam avançar"
O secretário norte-americano da Defesa, Lloyd Austin manifestou hoje a "esperança" de que o diferendo com a Turquia, em relação à adesão da Suécia e da Finlândia à Aliança Atlântica possa ser ultrapassado.
A duas semanas da cimeira da Nato em Madrid, Austin espera por uma "evolução" positiva nas discussões com a Turquia, para adesão da Finlândia e da Suécia a Aliança Atlântica.
Lloyd Austin salienta que a Nato é uma "união de Estados democráticos" que assenta em "valores fundamentais", e que tanto a Finlândia como a Suécia preenchem esses requisitos necessários para aderir à Nato.
"Ao vermos, países como a Finlândia e a Suécia a tomarem a decisão histórica de se candidatarem à adesão à Nato, isso é muito encorajador e congratulamo-nos com isso", afirmou, destacando a proximidade que já existe com a Finlândia e a Suécia.
"Esta aliança é construída com base em valores fundamentais. São democracias fortes que têm valores muito alinhados com os nossos valores e países muito capazes", vincou, sem se referir à ameaça de um veto por parte da Turquia.
Sem apontar prazos, Lloyd Austin manifestou "ter esperança de que as negociações possam avançar para apoiarmos os desejos de ambos para aderirem à Nato".
As declarações do norte-americano surgem um dia depois de o secretário-geral da Nato, Jens Stoltenberg ter baixado as expectativas quanto a uma rápida adesão dos mais recentes candidatos à Aliança Atlântica.
Stoltenberg admite mesmo que "já esteve mais optimista" quanto à rápida adesão da Finlândia e da Suécia à Aliança Atlântica, reconhecendo que "há problemas" que poderão arrastar o processo por mais algum tempo.
"Já estive mais optimista do que agora. Isso é correcto. Porque na fase anterior não tínhamos qualquer informação que indicasse que a adesão seria um problema", afirmou.
A entrada de novos membros na Aliança Atlântica requer o consenso dos 30 países aliados, e a posição turca está longe de ser confortável para os membros da Aliança Atlântica.
Em Ankara, o presidente Tayyip Erdogan tem enfatizado a sua oposição, alegando que "a Finlândia e Suécia abrigam terroristas curdos do PKK", o Partido dos Trabalhadores do Curdistão, o qual apoia a independência da região Turca do Curdistão.
"Precisamos, naturalmente, de abordar essas preocupações, essas questões. E é exactamente isso que estamos a fazer e temos sinais positivos da Finlândia e da Suécia. Estamos a trabalhar em estreita colaboração com a nossa aliada Turquia para os resolver", afirmou o secretário-geral da Nato.
Os dois países formalizaram a candidatura de adesão há praticamente um mês, a 18 de maio, num dia que Stoltenberg classificou como "histórico". A decisão foi tomada em reacção à agressão militar russa à Ucrânia, com o objectivo de assegurar "os interesses de segurança" da Finlândia e da Suécia.
Jens Stoltenberg acredita que os problemas serão resolvidos, embora possa "demorar mais algum tempo" do que se estimava anteriormente, havendo mesmo a expectativa que, até ao final deste mês de junho, pudesse haver condições para dar luz verde para adesão.