Temos um "desígnio muito forte" de fazer a transformação estrutural da economia
O ministro da Economia afirmou esta quarta-feira que o Governo tem um "desígnio muito forte" para fazer a "transformação estrutural" da economia e disse que a APDC tem sido "essencial" para fazer a reflexão estratégica sobre as tecnologias.
António Costa Silva falava no segundo e último dia do 31.º congresso da APDC, que se realiza em formato híbrido a partir do auditório da Faculdade de Medicina Dentária de Lisboa, que tem como tema "Tech and Economics: the way forward".
"Temos em Portugal um desígnio muito forte de fazer esta transformação estrutural da nossa economia, alterar o perfil produtivo e incorporar cada vez mais conhecimento e inovação em todos os processos de fabricação, novos produtos de bens, de serviços que criem alto valor acrescentado e que desenvolvam um 'cluster' ainda mais forte para as exportações nacionais serem cada vez mais corporizadas numa tendência forte e sustentável para o futuro", disse António Costa Silva.
E é por isso que, "no âmbito do Programa de Recuperação e Resiliência [PRR], todos os pilares que têm a ver com a inovação empresarial, com as agendas mobilizadoras, são pilares em que estamos fortemente apostados", acrescentou.
O governante recordou que, em 13 de abril, terminou a segunda fase do programa das Agendas Mobilizadoras, em que "foram recebidas cerca de 64 propostas, com investimento da ordem dos 8,4 milhões de euros", prosseguiu.
"Eu estou tremendamente apostado em que todas as Agendas que tenham mérito estejam apoiadas", asseverou António Costa Silva.
O ministro da Economia sublinhou que é preciso "apostar fortemente nas empresas, na inovação empresarial e na incorporação do conhecimento para a transformação do tecido produtivo".
António Costa Silva admitiu ainda que o atual contexto não é fácil.
"Estamos a atravessar uma situação muito difícil a nível internacional, estamos numa nova Era geopolítica", sublinhou, apontando que "as placas tectónicas da geopolítica internacional estão-se a movimentar".
Atualmente, "temos na Europa uma guerra de grande escala com a invasão que a Rússia perpetrou na Ucrânia, há muitas coisas que estão a mudar, esta é provavelmente a primeira guerra digital da história, o espaço digital é um novo espaço em que a guerra tem lugar", sublinhou.
No século XX "foi o domínio aéreo com a aviação, no século XXI temos o espaço digital no centro dessas grandes transformações", apontou.
Na sua intervenção, o ministro salientou ainda que a Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC) tem sido uma instituição "essencial para o país, para fazer a reflexão estratégica sobre a disseminação das novas tecnologias".