Taxista afirma que mãe pediu ajuda para salvar as filhas

"Ela gritava muito, dava impressão de arrependimento. Gritava muito e dizia para salvar as filhas", disse o taxista que deu o alerta
Publicado a
Atualizado a

O taxista que parou o carro na marginal em frente à praia de Giribita, Caxias, afirma que viu um carro mal estacionado e ouviu gritos que lhe parecem ter sido de duas pessoas. "Gritos mais fortes e gritos mais fracos, penso que estes da menina", afirmou em entrevista à TVI transmitida esta noite.

O homem conta que viu também dois vultos no mar, "um buraco de água que estava sempre cheio", na zona das pedras e com um mar agitado, que teve medo em alcançar.

Quando chegou ao local, afirma, apenas viu uma pessoa e que "estava a ir-se embora", a "perder os sentidos". "Estava quase a morrer", descreve. Antes, ligou o 112 e pediu ajuda aos carros que passavam, mas estes não pararam.

"Desci as escadas, tirei o casaco, mas quando cheguei mesmo assim ao pé ganhei um bocado de medo, porque o mar estava bravo. Estavam quase as ondas a chegar quase ao muro", descreveu. "Lá fui, devagar. E então quando estou a chegar lá, a pessoa está-se a ir embora. Eu gritei-lhe para ela deitar a mão a uma pedra. E eu notei que ela deitou. E cheguei lá, mandei-me para dentro do buraco e... Puxa! O buraco estava constantemente cheio de água".

Quando conseguiu chegar até à mulher, ela já teria perdido os sentidos. "Voltei-a ao contrário e mandei-lhe três ou quatro safanões e ela vomitou expetoração e água. E ficou aos gritos outra vez e a pedir ajuda e a dizer para eu salvar as filhas". Só que "reparei logo que não estava já lá filha nenhuma".

Colocou a mulher ao ombro - "muito leve" - e trouxe-a até às escadas. Voltou ao mar mas já não encontrou ninguém. E diz que os meios de socorro tardaram em chegar.

"Chegou a Polícia Marítima. A ambulância, não havia meio de chegar. É a verdade. Tivemos de meter a mulher dentro da carrinha [da polícia], porque ela estava completamente gelada. Houve um polícia que foi logo lá para baixo procurar as meninas. Eu até queria ir com ele e ele não me deixou", narrou o homem, que não se quis identificar.

O taxista reiterou ainda que a mulher lhe gritou mais do que uma vez "Salve as minhas meninas! Salve as minhas filhas!", mas que na altura em que chegou ao local já não viu mais ninguém.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt