Taxa de carbono, pena de morte ou marijuana também vão a votos

Na próxima terça-feira, norte-americanos escolhem mais do que apenas o próximo ocupante da Casa Branca
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As atenções podem estar concentradas na corrida à Casa Branca, mas no dia 8 de novembro os norte-americanos vão encontrar no boletim de voto outros temas que podem ser mais relevantes para o seu dia-a-dia. Desde o aumento (e diminuição) do ordenado mínimo, até à legalização da marijuana com fins medicinais ou recreativas, passando pela proibição da pena de morte, a instauração de uma taxa de carbono ou até a obrigatoriedade do uso de preservativo nos filmes pornográficos.

No total, há 162 propostas de legislação que vão ser votadas pelos eleitores (incluindo 71 que foram propostas através de petições), podendo afetar a vida de 205 milhões de pessoas, segundo os cálculos da Ballotpedia (enciclopédia online da política americana).

A legalização da marijuana é o tema que vai aparecer mais vezes - num total de nove estados. Mas em quatro (Arkansas, Florida, Montana e Dakota do Norte) ainda está a ser dado o primeiro passado, para a legalização da substância com fins medicinais - se os eleitores de qualquer um deles disserem que sim, então significa que será legal em mais de metade dos estados norte-americanos. Noutros cinco estados (Arizona, Califórnia, Maine, Massachusetts e Nevada) a questão é a legalização da marijuana para fins recreativos.

Cinco estados vão pronunciar-se sobre o ordenado mínimo - que não sofre alterações a nível federal há sete anos, mantendo-se nos 7,25 dólares. Os eleitores no Arizona, Colorado e Maine vão decidir se o querem aumentar para os 12 dólares até 2020, enquanto em Washington pode subir até 13,50. Já no Dakota do Sul, a proposta é diminuir o ordenado mínimo dos trabalhadores com menos de 18 anos de 8,50 dólares para 7,50.

O número de estados que proíbe a pena de morte pode subir para 21 (também é ilegal no Distrito de Columbia), caso os eleitores na Califórnia e Nebraska decidam apoiar essa iniciativa. No Oklahoma, pelo contrário, vota-se para pôr a pena de morte na Constituição do estado. No Colorado, a morte também vai a votos, mas neste caso para permitir a introdução de legislação para "morrer com dignidade", que permite a morte assistida por um médico no caso de doentes terminais.

Em Washington, os eleitores podem autorizar uma taxa de carbono que obriga as empresas a pagar pelo dióxido de carbono libertado para a atmosfera. Curiosamente, os ambientalistas estão contra - por causa do destino que será dado ao dinheiro arrecadado: cortes de impostos para as empresas prejudicadas pela taxa de carbono, em vez de, por exemplo, usá-lo em energias alternativas.

Em relação ao controlo de armas, Maine e Nevada podem instituir a obrigatoriedade de verificação de antecedentes antes de comprar armas. Na Califórnia, Colorado, Dacota do Norte e Missouri, comprar tabaco pode ficar mais caro, caso sejam aprovadas as medidas para aumentar as taxas. Também na Califórnia, eleitores decidem sobre a obrigatoriedade do uso de preservativos por parte da indústria pornográfica - que pode levá-la a fugir do estado.

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