Suspensão da vacina da AstraZeneca. "Esperamos que sejam breves dias"

À margem de uma reunião de ministros da Saúde da União Europeia, a ministra da Saúde, Marta Temido, espera que muito em breve a vacinação com a AstraZeneca possa ser retomada.
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A ministra da Saúde, Marta Temido, expressou esta terça-feira a convicção que a suspensão da vacina da AstraZeneca tem um caráter "temporário e provisório", esperando que possa voltar a entrar no programa de vacinação em Portugal, assim como noutros países europeus, que optaram por também não usar a vacina desenvolvida com a Universidade de Oxford e a empresa Anglo-Sueca.

Marta Temido considera que não há razão para qualquer perda de confiança "no processo de vacinação e na Comissão e nas agências europeias". Este "não sai em momento nenhum beliscado por - nós, com transparência - darmos nota de que, num contexto de uma doença nova e de medicamentos novos, termos momentos em que temos incertezas".

A ministra falava à margem da reunião por videoconferência de ministros da Saúde da União Europeia, a que presidiu, tendo rejeitado a ideia de descoordenação a nível europeu, sobre a suspensão da vacina da AstraZeneca

"Aquilo que vários Estados-membros fizeram foi identificar reações adversas que são ainda, em termos de causalidade, não totalmente identificados como decorrentes da toma de um medicamento", afirmou, reconhecendo que há "algum padrão de comportamento que nos obrigou a maior atenção".

Nesse sentido, as autoridades de vários países optaram "por precaução, informar transparentemente o público sobre as nossas questões e suspender durante algum tempo", relatou Marta Temido, com uma nota sobre as expectativas em torno dessa suspensão: "esperamos que sejam breves dias".

Marta Temido afirma que agora resta esperar pelas conclusões do regulador europeu sobre a relação entre a administração da vacina da AstraZeneca e o relato de incidentes.

"Temos total confiança naquilo que é o trabalho da Agência Europeia do Medicamento e na segurança das vacinas por si aprovadas", apontou a ministra.

Já hoje, a diretora da Agência Europeia do Medicamento, Emer Cooke considerou que "os benefícios continuam a ultrapassar os riscos" de tomar a vacina, embora tenha reconhecido que se trata de "uma preocupação grave, e precisa de uma avaliação séria".

"É a nossa responsabilidade focarmo-nos na ciência associada a esses riscos. Se há evidência científica que demonstre que são provocados pela vacina", afirmou, prometendo "análises rigorosas de todos os casos reportados, para avaliarmos se se trata de uma coincidência, ou realmente, uma relação causa efeito".

A diretora da Agencia Europeia do medicamento revelou ainda que os especialistas europeus estão a preparar-se para analisar incidentes com outras vacinas.

"Estamos a olhar para outros eventos associados a outras vacinas", avançou, embora "de momento, o foco é a AstraZeneca, porque foram os incidentes reportados na Europa".

"Temos visto os dados de todas as vacinas atualmente em circulação, e aparenta haver número semelhante de situações, a surgir pelo mundo. E algo que tem de ser avaliado pelo nosso comité", admitiu.

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