Suspeito de esfaquear mulher fica em prisão preventiva

Indivíduo que agrediu à facada a 24 de fevereiro ex-companheira, na estrada entre Torres Vedras e Santa Cruz, vai ficar sob detenção
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O Tribunal de Torres Vedras decretou hoje prisão preventiva ao homem suspeito de ter esfaqueado a mulher na noite de 24 de fevereiro, depois de uma perseguição de automóvel.

Após o homem ser ouvido em primeiro interrogatório judicial, o juiz de instrução criminal decidiu manter o arguido em prisão preventiva a aguardar julgamento, disse à Lusa fonte judicial.

Segundo fonte policial, a mulher seguia no seu carro com outro homem quando, junto à rotunda da Estrada Nacional 9, perto da localidade da Fonte Grada, se apercebeu de que estava a ser perseguida de carro pelo ex-marido, um homem de 40 anos de quem tentava divorciar-se.

A vítima, de 37 anos, contou à agência Lusa que ia "a conduzir na direção de Torres Vedras para Santa Cruz, junto à localidade do Paul", quando se apercebeu de que o ex-marido "vinha atrás" e "lhe bateu duas vezes no carro de lado", fazendo com que o veículo fosse abalroado até para fora da estrada. Ambos os veículos caíram numa zona mais baixa do que o nível da estrada.

Quando a mulher abandonou o veículo e começou a subir a pé, o arguido conseguiu agarrá-la e aproveitou para a ferir com a arma branca. "Não senti logo de imediato, mas apenas quando o senti a cortar-me o pescoço", sublinhou.

Apesar de o outro homem o ter conseguido deter e lhe ter amarrado os braços atrás das costas, contou a mulher, o suspeito conseguiu atingi-la com a faca no peito com duas das quatro facadas que lhe perfuraram o pulmão.

"Tinha acabado de ter um acidente e como era de noite, não me apercebi de que tinha uma navalha de ponta e mola na mão", afirmou.

Militares do Destacamento de Trânsito de Torres Vedras da GNR foram chamados ao local supostamente para um acidente de viação, mas depararam-se com uma alegada tentativa de homicídio, reencaminhando o caso para a Polícia Judiciária, que nessa noite esteve no local.

A vítima foi socorrida cerca das 22:00 pela viatura médica de emergência e reanimação do Instituto Nacional de Emergência Médica estacionada no hospital de Torres Vedras e transportada para a urgência da unidade pelos bombeiros de Torres Vedras. Depois, foi transferida para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, onde chegou a estar em estado clínico grave.

Ainda no local, o arguido entregou-se à polícia, dada a impossibilidade de fuga.

Motivos passionais deverão estar na origem do crime. Segundo a vítima, ambos deixaram de viver juntos há oito meses, quando o agressor saiu de casa. Quinze dias depois, quando aquela recusou reatar a relação, começou a ser ameaçada de morte. "Ele dizia muitas vezes à minha filha [com 11 anos] que eu não ia ficar viva", contou a vítima.

Segundo a mulher, na segunda-feira, quando se dirigiu à oficina para levantar o veículo sinistrado, registado em nome do ex-marido, este apareceu, obrigando-a a chamar a GNR, cujos militares a transportaram a casa.

Antes da alegada tentativa de homicídio, chegou a ser por ele agredida, tendo apresentado diversas queixas na GNR, mais tarde retiradas a pedido do homem.

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