O Supremo Tribunal de Justiça da Colômbia emitiu esta terça-feira um mandado de prisão contra o congressista e ex-líder das FARC Seuxis Paucias Hernández, conhecido como Jesús Santrich, pedindo a colaboração da Interpol na sua detenção, adiantou a Efe..A decisão do Supremo foi tomada depois de Hernández não se ter apresentado em tribunal onde devia ter comparecido para prestar declarações num processo de tráfico de droga..O tribunal superior "resolveu emitir uma ordem de prisão para fins de investigação por crimes de conspiração agravada para fabrico, tráfico e porte de estupefacientes", de acordo com o mandado..A decisão foi tomada pela Sala Especial de Instrução do Supremo Tribunal pelo que considera uma "ausência injustificada" à declaração programada no processo de narcotráfico..O processo contra Santrich e pelo qual é pedida a sua extradição para os EUA tem na base um alegado crime de tráfico de droga cometido depois de 1 de dezembro de 2016, quando entrou em vigor o acordo de paz assinado entre o Governo e as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) a 24 de novembro desse ano..Em maio passado a Jurisdição Especial para a Paz (JEP) concedeu a Santrich a garantia de não extradição com o argumento de que as provas apresentadas pelos EUA eram insuficientes e o caso passou para o Supremo Tribunal, o qual deve decidir o seu caso..O partido formado a partir da guerrilha, designado Força Alternativa Revolucionária do Comum (FARC, tal como a guerrilha colombiana) garantiu estar desiludido com Santrich por este não ter comparecido em tribunal.."Jesús Santrich não só é militante do nosso partido, como também faz parte da sua direção e ocupa um lugar na Câmara dos Representantes em nosso nome. Tem responsabilidades políticas muito sérias para com todos os que confiamos nele. Dececiona-nos e magoa-nos profundamente", lê-se num comunicado do partido..O partido também garantiu que "essa conduta é unicamente responsabilidade" de Santrich e destacou que "tal como outras decisões pessoais, não consulta nem o partido FARC nem a sua direção"..Nesse sentido, destacou que "independentemente da sua inocência ou culpabilidade" no caso "não se pode negar que as sucessivas decisões do Tribunal Constitucional, da JEP e do Conselho de Estado acabaram por reconhecer os seus direitos como cidadão e reintegrado"..Santrich foi detido em abril de 2018 devido ao processo de tráfico de droga, mas, a 30 de maio deste ano, por decisão do Supremo Tribunal de Justiça colombiano foi libertado, uma vez que o tribunal considerou que o ex-líder das FARC beneficia de imunidade por ter sido nomeado congressista..Santrich tomou o seu lugar como membro da Câmara dos Representantes, assumindo um dos cinco lugares que foram atribuídos à antiga guerrilha na câmara baixa por um período de oito anos, devido ao acordo de paz assinado em 24 de novembro de 2016..O Departamento de Estado dos EUA considerou "lamentável" a decisão de libertar o antigo líder das FARC.