Super Bock esvaziado pela concorrência Optimus Alive!

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O facto de o segundo e último dia do Festival Super Bock Super Rock coincidir com o primeiro dia do Optimus Alive! teve os seus efeitos negativos no evento. Se no dia de Iron Maiden os adeptos do metal acorreram em força ao festival, o mesmo não pode dizer-se do dia pop, com nomes como Duran Duran e Beck. Pouco antes do início dos concertos, o ambiente era quase desolador. Um recinto enorme, em que o vazio apertava até mais não, com as barracas de comes e bebes sem clientes. Numa época farta em oferta de concertos, é estranho que dois festivais na mesma cidade coincidam.


Entre os presentes, a sua grande maioria deslocou-se ao festival para ver os Duran Duran, que voltam a Portugal com o seu novo registo Red Carpet Massacre, três anos depois da sua actuação no Coliseu dos Recreios, em que trouxeram um registo greatest hits. Que o diga Carlos Mendes, "fanático obsessivo" do grupo: "Tenho pena que esteja tão pouca gente para os ver, mas não podia perder uma actuação deles." O fã confessou ao DN que já chegou a "ir ao estrangeiro de propósito só para os ver."


Também "fã incondicional" se revelou Margarida, de 40 anos, que, segundo contou ao DN, deslocou-se ao recinto do Super Bock Super Rock "apenas para ver Duran Duran". Além da banda que fez furor nos anos 80, o regresso de Beck suscitou em vários dos presentes uma grande ansiedade. Joana, de 23 anos, referiu mesmo que, "se não fosse o Beck, tinha ido para o Alive! ver Spiritualized e Vampire Weekend". Todavia, "quando soube que ele vinha, comprei logo o bilhete, nem pensei duas vezes". Já Mika apelou ao ambiente familiar. Rui Matos confessou ao DN que "só vim porque a minha filha me pediu muito, mas aproveito para ver os Duran Duran, banda da minha geração, que na altura ouvia muito, mas não fiquei fã".


Apesar da falta de público, as atracções extra-musicais não faltaram. Pela tenda VIP podia praticar-se os dotes de guitarra, através de um jogo para Playstation, enquanto pelo recinto, entre as várias formas de entretenimento, o tiro ao alvo foi a mais concorrida. Já nas zonas de restauração, onde podiam comprar-se T-shirts das bandas de eleição, bem como pins e malas, "o negócio até está a correr bem", disse uma lojista que não se quis identificar.


Os Lokomotive Station, banda vencedora do concurso Preload IV, iniciou a sessão de espectáculos do último dia do Super Bock Super Rock, com um indie-rock com tons electrónicos, mas que não suscitou reacções muito efusivas em quem queria era mesmo ver Duran Duran e Beck, durante os 20 minutos que estiveram em palco.


Pouco depois foi a vez da pop dos Mesa ser servida no Parque Tejo, na companhia de Rui Reininho, que entrou em palco com o tema dos GNR Choque Frontal, envergando um chapéu de tradição egípcia. A banda natural do Porto já foi recebida com um maior entusiasmo por parte das primeiras filas do recinto, também porque os condimentos pop do seu terceiro registo, Para todo o Mal, propiciam a isso. Nesta altura, o espaço já estava mais preenchido, mas longe do esperado.

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