Sunak à frente na votação para suceder a Boris, que diz sair "de cabeça erguida"
A lista inicial de oito candidatos à sucessão de Boris Johnson foi esta quarta-feira reduzida a seis, depois de nem o recém-nomeado ministro das Finanças, Nadhim Zahawi, nem o ex-ministro da Saúde Jeremy Hunt terem conseguido o mínimo de votos necessário para continuar na corrida. O mais votado foi o anterior titular das Finanças, Rishi Sunak, confirmando o favoritismo entre os deputados conservadores, tendo a ex-ministra da Defesa Penny Mordaunt, a favorita nas sondagens entre os militantes, sido segunda. O primeiro-ministro britânico só deverá sair em setembro, mas parece já se ter despedido do Parlamento: "Vou de cabeça erguida."
A corrida para eleger o próximo líder conservador segue já hoje, com nova votação entre os 358 deputados do partido para reduzir a lista de candidatos a apenas dois - a decisão final será dos militantes, com os resultados a serem conhecidos em princípio só em setembro (exceto se algum deles desistir). Na votação desta quarta-feira, os candidatos precisavam de pelo menos 30 votos para continuar a manter vivo o sonho de chegar ao número 10 de Downing Street. Hunt, que em 2019 tinha disputado a liderança com Johnson, não foi além dos 18 e ficou pelo caminho, tal como Zahawi, que conseguiu 25 apoios.
Hoje, o menos votado sairá, sendo que a procuradora Suella Braverman só conseguiu 32 e o deputado Tom Tugendhat teve 37. A ex-secretária de Estado da Igualdade, Kemi Badenoch, teve 40. Apesar disso, nenhum desistiu da corrida (mas ainda o podem fazer até à hora da votação).
Os três mais votados foram Sunak (88 votos), Mordaunt (67) e a chefe da diplomacia, Liz Truss (50), considerada da ala mais à direita do partido. À medida que a lista diminuir, os deputados podem começar a olhar para as sondagens. Segundo uma do YouGov, Mordaunt é a favorita diante de todos os adversários. A atual secretária de Estado para a Política Comercial ganharia a Truss por 55% contra 37% e a Sunak por 67% contra 28%.
O Parlamento britânico entra de férias no final da próxima semana, pelo que o primeiro-ministro ainda terá, em teoria, de enfrentar mais uma sessão de perguntas e respostas, na próxima quarta-feira. Contudo, Boris Johnson parece ter feito já a sua despedida. "É verdade que não vou sair por escolha própria, mas estou orgulhoso do fantástico trabalho de equipa em que estive envolvido em todos os projetos nacional e internacionalmente, e também estou orgulhoso da minha liderança. Vou sair em breve com a minha cabeça bem erguida", afirmou, dizendo ser possível que o próximo líder seja "eleito por aclamação" se um dos finalistas desistir, encurtando o processo.
Notícia corrigida às 15.00. A notícia inicial indicava que eram precisos 40 votos para um candidato ultrapassar a segunda votação, mas a regra é que o menos votado sairia, independentemente do número de votos conseguidos.