Sumol+Compal avança com despedimento coletivo de 80 trabalhadores

Companhia avança com plano de reestruturação para mitigar impacto da pandemia, depois de "quebras acentuadas nas suas vendas" sobretudo no Horeca. Depois do Super Bock Group é a segunda empresa do setor das bebidas a avançar com uma restruturação por efeitos da pandemia.
Publicado a
Atualizado a

A Sumol + Compal vai "reconhece o impacto social negativo destas medidas", mas garante que "são absolutamente essenciais para enfrentar o momento de enorme exigência que vivemos". Vai despedir 80 colaboradores. Conselho de administração da empresa "vai ser reduzido".

Depois do Super Bock Group, o grupo dono da Sumol e da Compal é a segunda empresa na área de bebidas a anunciar um plano de reestruturação. No caso da dona da Super Bock afetando irá 10% da força de trabalho, com os despedimentos a rondar cerca de "120 pessoas", segundo os sindicatos.

No caso da Sumol + Compal esse plano passa por um despedimento coletivo que afecta 5,5% da sua força de trabalho, ou seja, cerca de 80 pessoas. "É um plano de reestruturação que abrange várias áreas da empresa", diz fonte oficial, adiantando que o despedimento coletivo é transversal à companhia que tem cerca de 1500 trabalhadores.

"O valor de indemnização paga aos trabalhadores será acima do quadro legal, com a extensão de alguns dos benefícios, entre os quais, seguro de saúde", adianta a mesma fonte.

A companhia justifica a medida de reestruturação com "as quebras acentuadas nas suas vendas quando comparadas com igual período do ano anterior, com particular destaque para o canal Horeca que apresenta quebras bem mais acentuadas", diz em comunicado.

"Face a este cenário, ao prolongamento de medidas restritivas que afetam negativamente o nosso negócio e ao nível de atividade económica previsto para o futuro, a Sumol+Compal vê-se obrigada a proceder a um processo de reajustamento da sua estrutura. Esta é uma decisão muito difícil, tomada perante uma conjuntura excecional, que afetará 5,5% dos nossos colaboradores em diferentes áreas da organização, mas que se afigura fundamental para assegurar a sustentabilidade económico-financeira da empresa", refere a empresa.

"A figura jurídica escolhida para este processo é a de despedimento coletivo, por se considerar que é aquela que maximiza a proteção social aos colaboradores abrangidos por este processo, nomeadamente no acesso ao subsídio de desemprego", diz.

"Esta medida enquadra-se num plano mais amplo de reestruturação da empresa, que tem vindo a reduzir custos e investimentos em diferentes áreas para fazer face aos desafios atuais", diz ainda.

As medidas atingem ainda o conselho de administração. "Os prémios de gestão relativos aos resultados do ano passado não serão distribuídos", adianta fonte oficial, sem adiantar o valor em causa. E a composição do conselho de administração da empresa "vai ser reduzida". Quando e para quantos? "Ainda está a ser definida". O atual conselho de administração da companhia, liderado por António Eusébio, é composto por 10 elementos.

Em final de março, mal eclodiu a pandemia em Portugal levando ao fecho do HORECA, a empresa anunciou que estava rever o plano de investimento para este ano. Em maio de 2019, tinha anunciado um plano de investimento de 65 milhões até 2021. Essa decisão de cortar nesse plano seria na ordem dos 50%, bem como de 33% nas atividades de marketing previstas para este ano, segundo noticiou na altura o jornal especializado HiperSuper.

Na altura a companhia não adiantou valores quando contactada pelo Dinheiro Vivo. "O impacto das medidas preventivas, no âmbito da declaração do Estado de Emergência, levou ao encerramento da quase totalidade dos nossos clientes no canal HORECA, com profundo impacto em toda a atividade", referiu fonte oficial.

Neste contexto, a companhia "viu-se obrigada a implementar um conjunto de medidas fundamentais para assegurar a manutenção de postos de trabalho e a robustez económica da empresa. Neste sentido, vai ser implementada uma redução das atividades de marketing e será feita a reavaliação e contenção de todas as despesas consideradas não imprescindíveis para assegurar a atividade", disse ainda a mesma fonte.

"Serão também suspensas as reavaliações salariais. Por outro lado, vamos avançar com o cancelamento generalizado de todos os projetos não críticos, bem como todos os eventos internos e reduzir o plano de investimentos, com exceção do novo armazém automático".

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt