Suíça de boa memória para Ronaldo acabar seca de cinco jogos sem golos
A seleção portuguesa defronta hoje a Suíça (19.45, RTP1), em Alvalade, no segundo jogo do Grupo 2 da Liga das Nações, um duelo onde Cristiano Ronaldo deverá voltar à titularidade e onde irá tentar colocar um ponto final na seca de golos ao serviço da seleção que já dura há cinco jogos - os últimos foram a 12 de outubro de 2021, com um hat-trick ao Luxemburgo.
É coisa rara ver-se CR7 no banco de suplentes e também é muito pouco frequente o avançado estar cinco jogos seguidos sem picar o ponto (na seleção ou a nível de clubes). A condição de suplente aconteceu no jogo anterior, diante da Espanha, que terminou empatado a um golo. Uma opção de Fernando Santos tendo em conta os quatro jogos em 11 dias de Portugal que vai obrigar a que haja rotação. Mas hoje a presença do capitão no onze parece um dado adquirido.
Melhor goleador da história a nível de seleções (187 jogos e 115 golos), desde 2012, ou seja há precisamente 10 anos que Ronaldo não enfrentava uma seca tão grande sem conseguir marcar golos pela seleção. Nessa altura (entre 29 de fevereiro e 13 de junho de 2012) ficou em branco precisamente em cinco jogos consecutivos onde participou - Polónia (0-0), Macedónia do Norte (0-0), Turquia (1-3), Alemanha (0-1) e Dinamarca (3-2).
No mais que provável regresso à condição de titular, Ronaldo tem um ponto a seu favor. Na última vez que defrontou os helvéticos (em 2019), acabou por ser o herói do jogo, ao marcar três golos no triunfo por 3-1, curiosamente num jogo da mesma competição, disputado no Estádio do Dragão, que na altura abriu as portas da final à seleção, que haveria de vencer a prova. Um presságio para Ronaldo esta noite, ele que ontem foi eleito "Jogador do Ano" pelos adeptos do Manchester United, igualando o recorde de quatro distinções do guarda-redes espanhol David de Gea.
Esta foi uma das épocas menos produtivas de Cristiano Ronaldo em termos de golos - juntando Manchester United e seleção, apontou 29 em 45 jogos. Pior só na temporada 2008-09, na sua primeira passagem pelo clube de Old Trafford, quando terminou a temporada com 27 golos. Mas se estiver de pontaria afinada nestes três jogos da seleção (Suíça, casa e fora, e Rep. Checa), pode ainda igualar ou passar o registo de 2018-19, quando chegou ao final da época com 31 golos.
Fernando Santos rejeitou ontem, na conferência de imprensa de lançamento do jogo, colocar em campo uma equipa totalmente nova contra a Suíça. "Equipa nova não, nem faria sentido. Algumas alterações haverá sempre, por causa do tempo de recuperação entre os jogos. Serão feitas no início e no decorrer do próprio jogo, mantendo aquilo que é a qualidade da equipa e para ter um nível muito equilibrado. Quem jogar vai manter a matriz", disse.
Para Fernando Santos, "os jogadores têm a sua absoluta confiança e todos podem jogar", garantindo que os 26 convocados "não vêm para a seleção para olhar, comer, dormir e treinar". "Em relação à Suíça, é uma equipa que cresceu muito nos últimos 10 anos. Está sempre presente em fases finais, com passagem garantida às fases seguintes, no último Europeu mostrou a sua qualidade, chegou longe na fase a eliminar e saiu nos penáltis. Mostra que têm enorme qualidade, com jogadores muito bons e que conhecem muito bem o jogo. Valem muito pela sua ação coletiva", analisou.
O selecionador deixou ainda um elogio a Danilo, que tem sido adaptado a defesa central: "Confio no Danilo como central. Se a pergunta é essa, a resposta é sim, penso que o Danilo joga muito bem a central. Ele reflete isso em campo, e nos últimos três jogos tem-no feito de forma clara. Mas isso não retira que outros jogadores possam jogar nessa posição, tanto os que cá estão como os que estão nos sub-21. Na altura certa tomarei as decisões relativas a outra convocatória."
Sobre CR7, Santos recusou qualquer tipo de frustração do capitão português por ter sido suplente no embate com a Espanha. "Frustração de não ser primeira escolha porque não jogou este jogo? Só tenho 11 jogadores para jogar, não me parece que alguém tenha notado frustração. Para mim é simples, o Cristiano é o melhor jogador do Mundo, e a escolha dele de ficar no Manchester United não tem a ver comigo, não tenho de dizer se acho bem ou mal. Não é qualquer um que joga no Manchester. United, isso é que é verdade".