Suécia num impasse: coligações separadas por 1 deputado. Extrema-direita ganha 13
Confirma-se o empate entre as coligações de centro-esquerda e de centro-direita. Os primeiros têm 144 lugares no parlamento sueco, os segundos 143. Em terceiro lugar nas intenções de voto surgiram os Democratas Suecos, da extrema-direita, anti-imigração, que conseguiram eleger 62 deputados (tinham 49). Permaneceram assim na mesma posição das eleições de 2014, mas com mais votos e mais deputados.
Em declarações na sede de campanha do Partido Social-Democrata, o mais votado com 28,4%, o ainda primeiro-ministro Stefan Löfven afirmou que "os Democratas Suecos nunca poderão, e nunca irão, oferecer o que quer que seja para melhorar a sociedade. Só vão aumentar a divisão e o ódio". E disse que não se demite, como descreveu o repórter do Financial Times.
Não há um único partido com assento parlamentar que aceite uma coligação com os extremistas suecos, que ainda assim manifestaram a sua disponibilidade para negociar. "Aumentámos o número de deputados no parlamento e vamos por isso ter uma grande influência sobre o que se vai passar na Suécia durante as próximas semanas, meses e anos", disse Jimmie Akesson, que desafiou o líder da Aliança de centro-direita para escolher entre apoiar o atual primeiro-ministro do Partido Social-Democrata e o seu próprio partido.
Não teve de esperar muito pela resposta. Ulf Kristersson, dos Moderados, o segundo partido mais votado, pediu a demissão do primeiro-ministro depois de os resultados preliminares apresentarem um empate total entre esquerda e direita no parlamento sueco. "Este governo chegou ao fim do seu caminho. Agora deve sair." Mas nem por isso coloca em cima da mesa qualquer possibilidade de conversar com o DS.
O mesmo acontece com o Partido Liberal. Jan Bjorklund disse que quer uma aliança de direita mas que tal coligação jamais passará por um entendimento com os Democratas Suecos de extrema-direita.
"Quero um governo da Aliança, mas ele não acontecerá em cooperação com os Democratas Suecos."
A solução vai ter de passar por cruzar os blocos que tradicionalmente estiveram separados. Ou saem da esquerda para a direita ou saem da direita para a esquerda.
Com 99% dos votos contados, estavam assim distribuídos os votos:
Sociais-Democratas (partido do atual primeiro-ministro) - 28.4%
Moderados - 19.8%
Democratas Suecos (extrema-direita) - 17.6%
Partido do Centro - 8.6%
Partido da Esquerda - 7.9%
Democratas Cristãos - 6.4%
Partido Liberal - 5.5%
Verdes - 4.3%