Subvenções vitalícias voltam a plenário e deputados do PS e PSD já admitem votar contra

Revolta contra aprovação da reposição da subvenção vitalícia aos ex-titulares de cargos políticos agita também bancada socialista. PSD também está partido. BE obriga a nova votação esta sexta-feira.
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Há deputados socialistas que podem votar contra a reposição da subvenção vitalícia aos ex-titulares de cargos políticos, que foi aprovada pelas bancadas do PSD e PS, na discussão na especialidade, durante a tarde de quinta-feira no Parlamento. Esta sexta-feira, a votação é repetida, agora em plenário, por iniciativa do Bloco de Esquerda, que avocou a proposta do artigo 79.º "para tentar chumbar" a alteração ao Orçamento do Estado.

No grupo parlamentar socialista, a revolta não escolhe lados da barricada. Há seguristas e costistas zangados com a proposta. Deputados apontaram ao DN o facto de a mesma proposta - uma iniciativa conjunta dos deputados Couto dos Santos (PSD) e José Lello (PS), que os dois grupos parlamentares acolheram - não ter sido discutida na reunião da bancada do PS na semana passada, quando foram discutidas as 38 alterações que os socialistas apresentaram ao documento do governo. Agora, se for dada liberdade de voto, avançam com o voto contra a reposição das subvenções.

Repor estas subvenções vitalícias não contributivas não é bem vista politicamente por deputados do PS, quando o governo se recusa a acolher outras propostas do maior partido da oposição.

Já há um ano, deputados tentaram que António José Seguro, então líder, acolhesse um pedido de inconstitucionalidade da proposta do governo que suspendeu aquelas subvenções. Seguro recusou, dizendo que não assinaria esse pedido, mas que os deputados eram livres de o fazer. Não aconteceu.

No PSD, a revolta foi sentida nos corredores ao longo da tarde desta quinta-feira. Alguns falaram em "asneira", outros em "inoportunidade". Apesar de, segundo a Rádio Renascença, Passos Coelho ter dado consentimento à iniciativa, o deputado Duarte Marques escreveu na sua página de Facebook que "isto não vai ficar assim porque ainda a votação vai no adro".

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