Subida do preço das casas abranda mas vendas caem

O preço das habitações continuou a subir no terceiro trimestre, ainda que a um ritmo menos acelerado face ao trimestre anterior. Ao mesmo tempo, as transações de casas diminuem.
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O número de casas transacionadas em Portugal está a cair ao mesmo tempo que os preços continuam a crescer, embora a um ritmo menos acelerado, revela o Índice de Preços da Habitação (IPHab) relativo ao terceiro trimestre do ano, divulgado na terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Os preços da habitação cresceram 7,6% entre julho e setembro, em comparação com o mesmo período do ano passado, mas essa subida representa uma desaceleração face ao aumento do IPHab registado nos três meses anteriores (8,7%).

"Neste período, os preços das habitações existentes cresceram de forma mais intensa [8,1%] por comparação com as habitações novas [5,8%]", realça o INE. Isto, numa comparação homóloga. Na variação em cadeia, ou seja, em comparação com os três meses anteriores, o comportamento foi outro: "O crescimento dos preços das habitações novas (2%) superou o das habitações existentes (1,8%)", lê-se na nota do gabinete de estatística.

Nos meses de verão (julho, agosto e setembro), foram transacionadas 34 256 habitações, o que representa menos 18,9% em comparação com o terceiro trimestre de 2022. Já no segundo trimestre deste ano as vendas de habitações tinham caído 22% em termos homólogos.

Quer isto dizer que a subida dos preços da habitação está a coincidir com uma quebra na venda de imóveis residenciais. Também o valor dos negócios concretizados está a cair. "As transações contabilizadas ascenderam a 7,1 mil milhões de euros, menos 12,2% do que no terceiro trimestre de 2022", indica o INE.

O gabinete de estatística nacional diz que se observaram "reduções homólogas no número e no valor das transações de alojamentos em todas as regiões", mas o Algarve e a Área Metropolitana de Lisboa (AML) "evidenciaram reduções mais intensas do que as registadas ao nível nacional".

No Algarve, o número de negócios concretizados caiu 27,9% e o valor global das operações recuou 18,9%. Já na AML , o número de transações desceu 25,3% e o valor total reduziu-se em 14,8%.

Das 34 256 casas vendidas, 77,8% correspondem a habitações já existentes ( 26 644), enquanto apenas 7612 transações são relativas a habitação nova. Aliás, o INE indica que no segmento de habitações novas houve um ligeiro crescimento de 0,2% nas vendas.

O "setor institucional" das famílias foi o principal comprador, segundo o INE, tendo adquirido 29 635 alojamentos (86,5% do total de casas vendidas), e desembolsado um valor global de seis mil milhões de euros. Contudo, as famílias compraram menos 19,1% e pagaram menos 13,7% em comparação com o terceiro trimestre de 2022.

Entre julho e setembro, 31 515 habitações foram adquiridas por compradores com residência fiscal em Portugal, menos 20,1% do que há um ano, enquanto 2 741 habitações transacionadas foram adquiridas por compradores estrangeiros, menos 0,9% em termos homólogos.

Entre os estrangeiros, 1 349 negócios foram fechados com compradores com residência fiscal na União Europeia - menos 9,2% do que em igual período de 2022 -, enquanto 1 392 transações ficaram fechadas com compradores fora da do espaço da União, mais 8,7% em termos homólogos, mas "abaixo do registo apurado no trimestre anterior (10,8%)".

jose.rodrigues@dinheirovivo.pt

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