Stock da Cunha vai ao parlamento falar sobre possíveis despedimentos
A comissão parlamentar de Trabalho e Segurança Social aprovou hoje o requerimento do PS pedindo a audição na Assembleia da República do presidente do conselho de administração do Novo Banco para falar sobre possíveis despedimentos na entidade.
De acordo com indicação dada por fonte parlamentar à agência Lusa, o requerimento para ouvir Eduardo Stock da Cunha em sede de comissão foi aprovado por unanimidade das bancadas, sendo que as audições - ainda sem data marcada - devem acontecer somente apenas a total discussão do Orçamento do Estado, cuja votação final global acontece a 16 de março.
Para além de Stock da Cunha, foi também aprovada a audição da comissão de trabalhadores do Novo Banco, sendo que os quadros da empresa e o presidente da administração deverão falar sobre o "impacto social resultante dos possíveis despedimentos que foram anunciados" na entidade.
A chamada de Eduardo Stock da Cunha e da comissão de trabalhadores da empresa dá-se após "informações tornadas públicas" que o Novo Banco "vai avançar com um plano de reestruturação que implica a redução, já em 2016, de cerca de 1.000 postos de trabalho, 500 dos quais através de despedimento coletivo", advogam os socialistas que assinaram o requerimento hoje aprovado.
"No final de 2014, a administração do Novo Banco, através de uma entrevista do Presidente do seu Conselho de Administração, confirmou que a reestruturação interna não seria prioritária, na medida que o Novo Banco já havia procedido a um esforço de redução de balcões. Por outro lado, não tendo passado por fusões ou aquisições, não teria excedentes de trabalhadores", diz também a missiva endereçada ao presidente da comissão parlamentar de Trabalho e Segurança Social, Feliciano Barreiras Duarte.
Entre os deputados do PS que assinam o texto estão nomes como Tiago Barbosa Ribeiro, Luísa Salgueiro, Wanda Guimarães, Joaquim Raposo, Ricardo Bexiga e Sónia Fertuzinhos, entre outros.
A equipa de gestão do Novo Banco esclareceu na quinta-feira que a reestruturação da entidade implica a saída de até 500 trabalhadores em 2016, e não de 1.000, devido à redução de pessoal já feita nos últimos meses.
Num comunicado interno dirigido aos funcionários do banco, a que a Lusa teve acesso, a administração liderada por Eduardo Stock da Cunha reconheceu "a inevitabilidade de redução de colaboradores", mas destacou que "o esforço que tem vindo a ser desenvolvido nos últimos meses, nomeadamente por via de reformas antecipadas, irá permitir limitar o esforço de redução de colaboradores ainda por concretizar para um número não superior a 500".
Algumas horas antes, numa nota de imprensa, a Comissão Nacional de Trabalhadores (CNT) do Novo Banco tinha dito que "o banco terá que reduzir em 2016, cerca de 1.000 postos de trabalho, sendo suposto que 500 sejam através do recurso a um despedimento coletivo".
No documento enviado aos trabalhadores, a administração do Novo Banco realçou que o plano de reestruturação aprovado pela Direção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia "desdobra-se num conjunto de medidas, com destaque para uma redução de 1.000 colaboradores em 2016 e redução de 150 milhões de euros no total de custos operacionais".