Stock da Cunha sai em julho do Novo Banco e volta ao Lloyds
Eduardo Stock da Cunha vai deixar a presidência do Novo Banco (NB) em julho, assumindo logo a seguir um "lugar de grande relevo" no Lloyds Bank, em Londres, onde estava em setembro de 2014, quando veio assumir a liderança da instituição que resultou da resolução do BES. A novidade foi ontem anunciada por Marques Mendes, no seu habitual espaço de comentário noticioso na SIC.
Segundo o comentador, esta "é uma decisão relativamente natural", "já estava preanunciada desde fevereiro" e "só não se sabia quando se concretizaria". Para Marques Mendes, falta agora saber quem substituirá Stock da Cunha - gestor bancário que no seu entender fez um "excelente lugar" ao reduziu "os custos do Novo Banco em 40% e a fatura com pessoal em 30% sem provocar conflitos sociais", além de ter "aumentado substancialmente as receitas e a liquidez do banco". Ou seja, "foi discreto, eficaz e independente", "mostrou como deve ser um banqueiro credível - falar pouco e fazer muito".
Haverá duas hipóteses para lhe suceder, de acordo com o ex-líder do PSD: António Ramalho, atual Presidente das Infraestruturas de Portugal, e João Nuno Palma, atual administrador da CGD - "ambos competentes e experientes".
Marques Mendes adiantou ainda que "estamos a cerca de um mês da fase de apresentação de propostas para a compra do Novo Banco" e há neste momento seis concorrentes: Santander, BCP e BPI Caixabank e ainda três fundos, um dos quais o Fundo Apollo. Se as propostas tiverem um valor baixo o NB não será vendido e "neste plano, o referendo no Reino Unido também em nada veio ajudar".
CGD: "Pânico com o inquérito"
Marques Mendes saudou ainda a constituição no Parlamento de uma comissão de inquérito à CGD. Porque, acrescentou, "ninguém queria fazer nada, havia um pacto de silêncio, uma vontade de tudo esconder, um desejo de atirar todo o lixo para debaixo do tapete". "Nunca se viu tanta gente com medo desta investigação", sendo que "alguns estão mesmo em pânico" e esse medo atinge "uma grande parte" do PS, "alguns setores do PSD e do CDS" e até o PCP "torce o nariz".
Agora - concluiu - o que se espera é que se "esclareça tudo o que há esclarecer, sem partidarismos e sem caça às bruxas".