O presidente do sindicato, Paulo Ralha, explica que a petição foi lançada no mês passado e já reuniu "mais de 40 mil assinaturas" contra o encerramento de cerca de 50% das repartições de finanças do país, uma medida acordada entre o Governo e a 'troika'.."O Governo prepara-se para, a curto prazo, encerrar Serviços de Finanças por todo o país, com especial incidência nas regiões mais interiores e desfavorecidas do país, contribuindo, desta forma, para uma ainda maior desertificação destas regiões", diz o sindicato na petição disponível na internet..O sindicato acrescenta que estes encerramentos não são atos isolados, "mas ações enquadrados numa estratégia mais alargada de extinção de serviços públicos", como finanças, tribunais, escolas, hospitais, conservatórias, e defende que a medida vai ter "reflexos negativos" na qualidade de vida das populações.."Estes encerramentos sistemáticos vão, além do mais, condenar, a prazo, a existência dos próprios municípios, na medida em que nada vai subsistir para distinguir uma sede de concelho de um qualquer povoado. A agregação, ou a extinção, de concelhos, será, pois, o passo seguinte", alerta o sindicato na petição que vai ser entregue dia 30 à tarde na Assembleia da República..Em declarações à Lusa, Paulo Ralha disse estar convicto de que estão a ser dados "passos para exterminar autarquias", o que considerou "extremamente grave"..O sindicato critica não ter sido feito qualquer trabalho preparatório para o encerramento das repartições, condena não ter informação sobre o processo e, estando à porta a saída da 'troika' do país, já para o próximo mês, admite estar muito "descrente" quanto à condução do processo.."Não faz sentido proceder ao encerramento de uma escala tão grande de serviços", defendeu, explicando a importância dos serviços no atendimento às populações por "pessoal habilitado" e que "não é facilmente substituível"..Paulo Ralha considera que neste momento não existe para as populações e para os contribuintes qualquer forma de substituir o papel que os serviços de finanças estão a desempenhar em todos os concelhos do país..Há uma semana, o sindicato enviou um oficio à presidente da Assembleia da República informando que dia 30 o sindicato entrega a petição ao parlamento com vista à sua discussão com caráter de urgência. .De acordo com o memorando de políticas económicas e financeiras que acompanha o relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre a 11.ª avaliação ao Programa de Ajustamento Económico e Financeiro (PAEF), divulgado na segunda-feira, dia 21, o Executivo compromete-se a "estabelecer até ao final de 2014 um departamento dedicado aos serviços do contribuinte", para "unificar a maioria dos serviços" e "melhorar a relação [dos contribuintes] com a administração" fiscal.."Como parte desta reorganização, 50% das repartições locais de finanças vão ser encerradas até ao final de maio de 2014", lê-se no mesmo documento..Depois da divulgação do relatório, o Governo veio dizer que o assunto não foi discutido na 11ª avalaição e que "mantém a intenção de procurar uma solução que garanta a continuação do atendimento dos cidadãos de forma equilibrada em todo no território nacional e, numa lógica de proximidade, que corresponda a um melhor modelo de atendimento público às populações"..A procura de uma solução irá realizar-se "sempre em diálogo com as autarquias", garantiu ainda o Governo.