STE alerta para impacto da redução da despesa com funcionários públicos

O Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE) criticou hoje a elevada redução da despesa com pessoal da administração pública em Portugal, alertando para as consequências que essa política teve na Grécia.
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"A despesa com o pessoal da administração pública em Portugal, prevista de 16.930 milhões de euros em 2012, vai diminuir 2.930 milhões de euros face a 2011, representando uma diminuição de 14,8 por cento", afirmou o sindicato, realçando que "o esforço de redução da de despesa pública em Portugal é o mais acentuado entre todos os países da União Europeia e da zona euro".

Em comunicado, o STE considera que "existem sérias dúvidas que esta queda vertiginosa da despesa pública em pessoal, num só ano, não venha a provocar um grande impacto na variação do Produto Interno Bruto (PIB) e em outros indicadores económicos e sociais do país durante esse período".

A estrutura sindical, dirigida por Bettencourt Picanço, realça que "outro país que também tem implementado uma política assente em fortes restrições aos funcionários públicos é a Grécia", onde "a despesa pública com pessoal deve diminuir 31 por cento em termos acumulados entre 2010 e 2012".

O STE alerta para as consequências que teve na Grécia: o PIB decresceu 12 por cento, o consumo privado caiu 14 por cento, a procura interna decresceu 19 por cento, o investimento teve uma queda de quase 35 por cento e a taxa de desemprego subiu para 16 por cento.

Em jeito de comparação, acrescenta, que "o único país da União Europeia, em que se assistiu a uma diminuição da despesa pública ainda mais significativa do que a prevista para Portugal, foi na Letónia, durante os anos de 2009 e 2010", com impacto nos indicadores da economia daquele país.

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