Stanley Ho interpõe providência cautelar contra filhas
Uma cópia da providência cautelar enviada à Lusa pelo escritório Oldham, Li and Nie, que representa Stanley Ho em Hong Kong, refere que o bilionário alcançou, a 27 de Janeiro, um acordo verbal com a família para lhe devolverem as acções da empresa Lanceford, que controla grande parte da sua fortuna, tendo retirado, em troca, a acção interposta no dia anterior.
"Apesar de termos sido levados a crer que um acordo iria surgir com alguns familiares de Stanley Ho para lhe devolverem os seus interesses na Lanceford, tornou-se claro que nem todos estão prontos para resolverem a disputa e respeitarem os desejos do seu pai", disse o causídico Gordan Oldham citado num email enviado à Lusa.
Oldham explicou que as "promessas de Pansy e Daisy para devolverem a Lanceford a Stanley Ho foram violadas e a sua relutância é tal que (o magnata) foi forçado a interpor novamente uma acção legal contra ambas para recuperar os seus interesses".
A nova providência cautelar pretende "impedir que ambas as filhas, directa ou indirectamente, exerçam qualquer influência sobre os interesses de Stanley Ho nas empresas Shun Tak Shipping, Hanika Realty, Full Energy, Jet Advance Investments, King Class ou em qualquer outra em que tenha interesses".
O bilionário, que pretende dividir equitativamente a fortuna pelas quatro famílias, acusa as duas filhas de transferência "ilegal" da sua participação pessoal de 4,8 por cento na Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (STDM) para a Lanceford - que passou, assim, a deter 31,6 por cento da empresa-mãe da Sociedade de Jogos de Macau (SJM), que controla mais de 30 por cento do mercado de jogo de Macau, sendo o maior accionista individual da empresa.
Stanley Ho reclama a devolução das acções transferidas "sem o seu conhecimento, autorização ou aprovação".
Os alvos da providência cautelar - Pansy, Daisy, Ranillo Investments, Action Winner e Lanceford -, têm 14 dias para responder à queixa. Stanley Ho "volta a expressar decepção e frustração perante a recusa de familiares lhe devolverem o que é seu por direito.