Sporting deixa fugir três vantagens e sai de Braga só com um ponto

No jogo grande da primeira jornada houve um grande jogo, com seis golos e emoção até ao último segundo. Abel Ruiz resgatou empate aos 88", pondo a nu fragilidades defensivas leoninas.
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O Sporting perdeu os dois primeiros pontos da época logo na jornada inaugural ao empatar em Braga numa partida em que esteve três vezes em vantagem, deixando escapar o triunfo perto do fim, depois de ter feito o 2-3 cinco minutos antes. Foi um grande jogo, que rendeu seis golos, com os minhotos a saberem interpretar melhor os momentos da partida, conseguindo justamente a divisão pontual, graças a dois homens que saltaram do banco. Exatamente da mesma forma que a equipa de Amorim chegara pouco antes a um golo que parecia selar a vitória.

Para o primeiro jogo grande da Liga 22/23, as duas equipas subiram ao relvado com onzes próximos dos que usaram na temporada anterior. O Sp. Braga apresentou três novidades na equipa inicial (Víctor Gómez a lateral direito, Niakaté a central e Simon Banza, ex-Famalicão, no ataque), isto além do técnico Artur Jorge, enquanto os leões subiram ao relvado da Pedreira com dois reforços, o japonês Morita no meio-campo em substituição do tocado Ugarte, e Trincão na vaga que pertencia a Sarabia - Rúben Amorim optou pela inclusão de Paulinho em vez de um ataque com três homens móveis, que só utilizou na última meia hora. Surpreendente só mesmo a titularidade de Adán na baliza, quando se apontava para uma ausência de dois meses devido a lesão.

Numa tarde de calor, a equipa da casa apresentou-se num 4x4x2, com Vitinha mais solto a fazer companhia a Banza na frente mas foram os visitantes que entraram melhor, sobretudo graças às ações individuais de Matheus Nunes. Foi assim logo no primeiro minuto e foi assim nos dois golos que a equipa marcou na primeira parte: primeiro a lançar muito bem Porro na direita, tendo o espanhol centrado para a conclusão fácil de Pote à boca da baliza, no seu quinto golo aos minhotos (19"); depois arrancando do meio-campo antes de centrar para Nuno Santos colocar de novo os leões em vantagem com um remate fabuloso de pé esquerdo, que fez a bola bater no chão antes de sobrevoar Matheus e entrar na baliza (18"), fazendo lembrar o tento de Jordão à França no Euro"84.

Todavia, as preocupações de Rúbem Amorim com o comportamento defensivo do seu conjunto durante a pré-temporada mostraram ter razão de ser. Pelo meio, os arsenalistas chegaram ao empate, após um livre marcado rápido nas barbas de Morita, que ainda se atrapalharia com um colega antes de a bola sobrar para Ricardo Horta, que não se fez rogado em colocá-la para Banza marcar com um remate rasteiro (14"). E, já na compensação (45"+1), a equipa de Artur Jorge voltaria a empatar, na sequência de um livre de Sequeira que Niakaté cabeceou no meio de toda a gente para o fundo da baliza. Isto para já não falar de uma má saída com erro de Gonçalo Inácio (33"), que acabou com um golo que a equipa de arbitragem anularia por fora de jogo do ex-famalicense depois de Coates ter evitado em cima da linha um primeiro remate vitorioso. Ainda assim, num primeiro tempo eletrizante, Trincão - que continua a ser um corpo estranho na equipa - podia ter feito o 1-3, depois de isolado por Pote.

No segundo tempo, Artur Jorge, que já tinha perdido Víctor Gómez por lesão (44"), apostou no talentoso Rodrigo Gomes para o lugar do discreto Iuri. O Sporting até entrou melhor mas ficou-se por um remate de Porro e o Sp. Braga voltou rapidamente ao jogo e criou duas boas situações. A resposta foi dada pelo lateral espanhol, numa arrancada que acabou com a bola no poste. Com as mexidas dos técnicos, o jogo tornou-se mais anárquico e muito intenso, mas o marcador só voltaria a mexer perto do fim. Rochinha construiu o 2-3, que Marcus Edwards concretizou numa jogada made in Guimarães (83") mas nem a rápida reação de Amorim, fazendo entrar Esgaio para compor a linha defensiva chegaria para segurar a vitória - seria mesmo o lateral a ser batido por Álvaro Djaló em velocidade, cabendo a Abel Ruiz desviar para a baliza (88"). E ainda caberia a Vitinha a última hipótese de marcar, já na compensação. "Deveríamos ter controlado melhor o jogo, sofremos muito com as bolas longas", queixou-se Amorim no final.

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