Rafa foi o abre-latas que entrou para decidir o dérbi

Num jogo onde o Sporting teve boas oportunidades, o Benfica acabou por ser mais feliz e venceu com um bis de Rafa, que tinha entrado momentos antes. Diferença para o FC Porto é agora de sete pontos.
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Uma noite perfeita para o Benfica. A equipa de Bruno Lage venceu nesta sexta-feira o dérbi com o Sporting em Alvalade, por 0-1, e beneficiou da derrota caseira do FC Porto diante do Sp. Braga para aumentar a vantagem na liderança para sete pontos sobre os dragões no final da primeira volta do campeonato. Já o Sporting ficou a 19 pontos e vai terminar a primeira metade da I Liga na quarta posição, atrás do Famalicão. Isto num jogo onde a equipa de Silas teve as melhores oportunidades, mas o Benfica foi mais feliz, com Rafa a entrar e a bisar no regresso à competição após lesão.

A tradição ainda é o que era e o Benfica voltou a sair de Alvalade sem perder com o Sporting em Alvalade em jogos relativos ao campeonato, o que acontece pelo oitavo jogo consecutivo. O último triunfo dos leões em casa na liga aconteceu em abril de 2012, há quase oito anos, com um golo de penálti de Van Wolfswinkel.

Este jogo permitiu ainda à equipa de Bruno Lage bater dois recordes. O Benfica passou a ser o detentor de um novo recorde de pontos após as primeiras 17 jornadas da I Liga, atingindo os 48 desde que as vitórias passaram a valer três pontos, e não apenas dois, o que aconteceu em 1995/96. Para trás ficou a marca histórica do FC Porto, que em 1996-97 e em 2010-11 tinha alcançado os 47 pontos.

O outro recorde batido nesta noite em Alvalade pelas águias foi o 17.º triunfo consecutivo na I Liga alcançado em jogos fora - o Benfica terminou a 1.ª volta do campeonato sem sofrer derrotas fora do seu estádio. A anterior melhor marca também pertencia ao clube da Luz e tinha sido estabelecida na era Rui Vitória, entre 2015/16 e 2016/17, com 16 triunfos.

Bruno Fernandes foi mesmo a jogo, o que significa aparentemente que Sporting e Manchester United ainda não chegaram a acordo para a transferência do médio leonino. Sem Coates, castigado, Ilori foi o eleito no eixo da defesa para formar dupla com Mathieu e no lugar Vietto jogou Rafael Camacho. Já o Benfica atuou com o onze esperado, com André Almeida no lado direito da defesa em vez de Tomás Tavares, Gabriel e Weigl no meio-campo e o ataque entregue a Chiquinho e Vinícius.

O Benfica entrou bem e deixou logo duas ameaças nos primeiros minutos. Primeiro num lance de Cervi (2') em que valeu o corte de Ilori e logo a seguir num remate cruzado por cima de Vinícius. O Sporting permitia que o rival saísse com alguma facilidade em transições rápidas, perdia a batalha do meio-campo, mas aos 13' esteve muito perto do golo, com Rafael Camacho a atirar ao poste, num lance em que ganhou a posição a Ferro.

Apesar de um certo domínio do Benfica, a equipa de Silas equilibrou o jogo e teve mesmo as melhores oportunidades da primeira parte. Aos 33', Rafael Camacho esteve novamente perto do golo, com um cabeceamento para uma grande defesa de Vlachodimos. E um minuto depois o árbitro Hugo Miguel anulou (bem) um golo ao Sporting por fora de jogo de Luiz Phellype. O primeiro tempo terminou empatado em termos de posse de bola (50/50), mas com mais remates para o Sporting (8-5).

Tochas e Rafa a entrar para decidir

O início da segunda parte ficou marcado por cenas lamentáveis da claque do Sporting, que atiraram para o relvado tochas obrigando o árbitro Hugo Miguel a interromper o jogo durante cinco minutos. Ao contrário do primeiro tempo, o segundo começou com pouca intensidade e muitas faltas. E com um cabeceamento perigoso de Ilori à figura de Vlachodimos e novamente com Rafael Camacho a pôr a cabeça em água aos defesas do Benfica com os seus dribles e rapidez.

O Benfica estranhamente circulava a bola de forma lenta e raramente conseguia construir uma jogada com início e fim. E foi novamente o Sporting a espalhar pânico, com um remate forte de Doumbia para nova defesa de Vlachodimos. Foi o melhor período dos leões, que nesta fase dominavam por completo o jogo perante um Benfica apático a ver jogar.

Lage percebeu que tinha de mexer na equipa e aos 74' lançou Rafa no jogo (entrou para ao lugar de Chiquinho), para tentar dar profundidade ao ataque e ter um jogador agitador para tentar quebrar a apatia quase geral dos jogadores encarnados. E resultou em cheio! Silas respondeu com a entrada de Gonzalo Plata aos 79' para o lugar de Bolasie.

O Benfica, que estava por baixo, chegou ao primeiro golo aos 80 minutos. Vinícius furou por entre a defesa do Sporting e assistiu Rafa, que bateu Maximiano. O golo só foi validado cerca de cinco minutos depois, pois foi preciso a intervenção do VAR. Silas arriscou tudo, tirou Doumbia e lançou mais um homem para o ataque, o jovem Pedro Mendes, que fez a sua estreia em dérbis, passando a atuar com dois pontas-de-lança. Mas até ao final, o herói voltou a ser... Rafa, que aos 99' bisou e decidiu em definitivo o dérbi após uma assistência de Seferovic, que também tinha entrado minutos antes.

A FIGURA: Rafa Silva

Foi o ás de trunfo de Bruno Lage para decidir o dérbi que até então estava mais inclinado para o Sporting. Rafa saltou do banco aos 74 minutos e acabou por ser decisivo, com dois golos que ditaram a derrota do Sporting por 2-0 e permitiram ao Benfica disparar na liderança. No primeiro golo estava bem colocado para bater Maximiano depois de Vinícius ter rompido a defesa do Sporting. E no segundo surgiu bem desmarcado à entrada da área para dar o melhor seguimento a uma assistência de Seferovic, com um remate de belo efeito. Um regresso em grande do avançado que esteve afastado dos relvados cerca de dois meses por lesão.

VEJA AQUI OS GOLOS
FICHA DO JOGO

Jogo no Estádio José Alvalade, em Lisboa.

Sporting-Benfica, 0-2

Ao intervalo: 0-0.

Marcadores: 0-1, Rafa, 80 minutos; 0-2, Rafa, 90+9.

Sporting: Maximiano, Ristovski, Tiago Ilori, Mathieu, Acuña, Doumbia (Pedro Mendes, 86), Wendel, Bruno Fernandes, Bolasie (Gonzalo Plata, 79), Rafael Camacho (Borja, 90+2) e Luiz Phellype.

Treinador: Jorge Silas.

Benfica: Vlachodimos, André Almeida, Rúben Dias, Ferro, Grimaldo, Weigl, Gabriel, Pizzi, Chiquinho (Rafa, 74), Cervi (Taraabt, 90+5) e Vinicius (Seferovic 90+7).

Treinador: Bruno Lage.

Árbitro: Hugo Miguel (AF Lisboa).

Ação disciplinar: cartão amarelo para Gabriel (26), Acuña (30), Luiz Phellype (57), Chiquinho (58), Gonzalo Plata (90), Mathieu (90+3), Cervi (90+5) e Vlachodimos (90+9).

Assistência: 41.017 espetadores.

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