Sporting aposta tudo na chegada ao teto europeu
Com a presença do presidente Bruno de Carvalho, o Sporting aposta hoje (19.00, Sporting TV) tudo na chegada ao teto do futsal europeu, defrontando na final da UEFA Futsal Cup de Saragoça a equipa de Ricardinho, o Inter Movistar. Há um ano, foi esta equipa de Madrid que arrumou os leões no jogo decisivo, por 7-0.
O entusiasmo em torno da equipa orientada por Nuno Dias, reforçado com o apoio ao vivo de Bruno de Carvalho, também vai ter um foco em Lisboa, uma vez que o clube português decidiu abrir as portas do Pavilhão João Rocha (a partir das 18.30) para que os adeptos se aglutinem em torno de um objetivo que esteve perto de conquistar duas vezes (à final de má memória do ano passado, em que o Sporting foi atropelado pelo Inter, junta-se ainda uma outra perdida em 2011 para os italianos do Montesilvano, por 2-5, ambas em Almaty, Cazaquistão).
"O Inter é um adversário fortíssimo [...] e estamos conscientes das dificuldades, mas acima de tudo preparados e cientes do nosso valor e do que podemos fazer", disse Nuno Dias na antevisão da decisão à qual a sua equipa chegou após bater nas meias-finais (6-1) o ETO Gyor, na sexta-feira (no mesmo dia, o Inter derrotou o Barcelona, por 2-1, garantindo a reedição de uma final com as mesmas equipas que lutaram pelo troféu em 2017).
"Espero que as arbitragens estejam ao nível dos intervenientes e que sejam coerentes nos critérios", pediu o técnico leonino, sublinhando: "A única coisa que peço é que tenham o mesmo critério."
Em 16 edições da prova desde que a UEFA a oficializou em 2001--2002 (o anterior Campeonato Europeu de Clubes nunca foi reconhecido pelo organismo europeu), Portugal conseguiu intrometer-se entre o domínio espanhol (oito títulos) apenas uma vez, quando o Benfica derrotou por 3-2, no prolongamento, o Boomerang Interviú (designação anterior do Inter) em 2010, numa das três ocasiões em que este título se decidiu em Lisboa. A equipa da Luz jogou uma outra final com o mesmo adversário, mas acabou derrotado (a decisão ainda se disputava a duas mãos: 1-4 e 4-3).
Para o Inter Movistar, é a terceira final consecutiva da prova. Em 2016, foi derrotado pelos russos do Gazprom-Ugra Yugorsk (3-4), no ano passado vergou os leões ao seu poderio - é recordista de finais, com oito (quatro triunfos).
"Vai ser uma final bonita e nada terá que ver com o que aconteceu em Almaty", disse o campeão europeu de seleções e clubes Ricardinho.
"Em Almaty, foi um jogo estranho, as coisas foram caindo para o nosso lado", consentiu o esquerdino, considerado o melhor futsalista do mundo por cinco vezes e estrela no título europeu que Portugal conquistou neste ano, em fe- vereiro.
"Com certeza que o Sporting tem dos melhores jogadores portugueses", considerou já ontem Ricardinho. O ala qualificou de "fantásticos" vários jogadores da equipa adversária, entre eles o capitão João Matos, Pedro Cary e Cardinal, companheiros de equipa na seleção que se sagrou campeã europeia há cerca de dois meses.
Apesar dos elogios que acrescentou ao falar de um adversário de "muita qualidade", Ricardinho também tentou desvendar aspetos menos positivos do Sporting que o Inter vai "tentar aproveitar". Designadamente, o perfil da equipa portuguesa, que é muito ofensivo, e, por consequência, cria alguns riscos, como "pecar nalguns aspetos" defensivos.
"O que o Sporting tem de melhor é a estratégia. Então vamos estar muito atentos", continuou o número 10 do Inter e da seleção. Ricardinho revelou também já "ter passado algumas informações" sobre o Sporting ao seu treinador.
Posto isto, o craque luso revela alguma confiança para o embate desta tarde, no Pavilhão Príncipe Felipe. "Vamos repetir a final do ano passado", assegurou. De resto, Ricardinho disse que gostaria que fosse "uma final bonita" e que "caísse para o lado" do Inter Movistar.
Já o Sporting espera que à terceira (final) seja de vez e o título europeu de clubes se junte ao de seleções em Portugal, mais concretamente, em Alvalade.