Benfica vence em Braga e dá passo importante rumo ao título
Um Benfica de duas faces (encolhido na primeira parte e demolidor na segunda) venceu neste domingo em Braga, por 4-1, e saltou para a liderança isolada da I Liga, colocando-se em boa posição para conquistar o título, já que ficou com dois pontos de vantagem sobre o FC Porto, quando faltam apenas três jornadas para o final do campeonato. Os minhotos chegaram ao intervalo a vencer, mas dois penáltis de Pizzi e golos de Rúben Dias e Rafa arrumaram a questão. O jogo, que ficou marcado por três grandes penalidades assinaladas, teve por isso também alguma polémica, sobretudo no primeiro castigo máximo assinalado a favor do Benfica.
Bruno Lage apostou no onze esperado, com o habitual 4X4X2, mas com os três médios (Florentino, Samaris e Pizzi) a atuarem mais recuados quando o adversário atacava. Na equipa minhota, Dyego Sousa, apesar de recuperado, ficou no banco, numa equipa com dois laterais novos: Esgaio à esquerda e Murillo do lado direito.
Houve muito mais Braga na primeira parte, com a equipa de Abel Ferreira a jogar em constante pressão alta perante um Benfica encolhido, dando a ideia de que também estaria a defender o empate, pois uma igualdade permitia aos encarnados recuperar a liderança da Liga, apesar de em igualdade pontual com o FC Porto. Um filme idêntico ao que se viu no jogo da Liga Europa com o Eintracht Frankfurt, que acabou por ter custos altos, com a eliminação da prova.
Os minhotos foram deixando alguns avisos, sobretudo através de lances em que Paulinho conseguia fugir à marcação dos centrais do Benfica. Avisos que, contudo, não foram lances de verdadeiro perigo para as redes de Vlachodimos.
Mas quem pressiona tanto arrisca-se mesmo a marcar (a primeira parte terminou com dez remates contra quatro, apesar de o Benfica ter mais posse de bola). E foi isso que aconteceu aos 34 minutos, com Fransérgio a ser derrubado na área por Rúben Dias e na marcação do penálti Wilson Eduardo a não perdoar.
Notou-se de imediato uma alteração na postura da equipa do Benfica, que começou a atuar com as linhas mais adiantadas. Afinal, o resultado não servia os interesses do clube. Mas, até ao intervalo, o único lance de perigo foi um remate de André Almeida ao lado.
Na segunda parte, Bruno Lage deu ordens para atacar. Grimaldo, por exemplo, que pouco se viu em lances de ataque da equipa, surgiu mais adiantado no campo a subir pelo lado direito, com todos os setores mais adiantados. A jogar declaradamente ao ataque, e com Pizzi e Samaris integrados nas ações ofensivas, o Benfica da segunda parte mudou da noite para o dia. João Félix, aos 53', esteve muito perto do empate, com um remate forte que Tiago Sá defendeu com a bola ainda a bater no poste. E depois, aos 59', Esgaio derrubou Félix na área e na conversão do penálti Pizzi igualou o marcador. Entendeu assim o árbitro, mas o lance é muito duvidoso.
Aos 64', novo penálti a favorecer os encarnados, num lance em que a bola tocou no braço de Bruno Viana. Consultado o VAR, o castigo foi sancionado e Pizzi fez o segundo do Benfica, que assim se colocava em vantagem no marcador. Um lance que originou muitos protestos dos jogadores minhotos e alguns tumultos nas bancadas.
Ainda o Sp. Braga tentava recompor-se, quando o Benfica chegou ao terceiro golo, aos 69', com Rúben Dias a marcar de cabeça na sequência de um canto. No espaço de dez minutos, a equipa de Bruno Lage dava a volta ao texto.
Até ao final, os encarnados ainda criaram vários lances de perigo em jogadas de contra-ataque. Como aos 83', valendo a boa intervenção do guarda-redes Tiago Sá a um remate de João Félix e depois na recarga a um cabeceamento de Rafa. Antes do apito final, mesmo em cima dos 90', Rafa Silva fez o quarto num lance em que serpenteou por vários defesas arsenalistas e marcou. Já o Braga tinha há muito baixado a guarda.
O jogo terminou e confirmou o triunfo folgado do Benfica, que pode ser decisivo na atribuição do título de campeão, quando faltam jogar três jornadas e a equipa da Luz tem dois pontos de vantagem sobre o FC Porto. Mais uma nota: com este resultado, o Benfica chegou aos 91 golos no campeonato, ou seja, tem mais três oportunidades para chegar à centena. E mais um pormenor: nesta segunda volta do campeonato, com Bruno Lage no comando depois da saída de Rui Vitória, os encarnados venceram nas deslocações teoricamente mais complicadas: Dragão, Alvalade, Guimarães e Braga.
BENFICA
32.ª jornada: Benfica-Portimonense
33.ª jornada: Rio Ave-Benfica
34.ª jornada: Benfica-Santa Clara
FC PORTO
32.ª jornada: FC Porto-Desp. Aves
33.ª jornada: Nacional-FC Porto
34.ª jornada: FC Porto-Sporting
Dois golos (de grande penalidade, é verdade), uma assistência (para o golo de Rúben Dias) e mais um grande jogo do médio dos encarnados, que acabou por ser decisivo no triunfo folgado sobre o Sp. Braga que deixou o Benfica isolado na liderança da classificação. Na primeira parte, talvez devido a ordens do treinador, atuou mais recuado. No segundo tempo, quando era preciso dar a volta à desvantagem, apareceu no jogo a comandar as operações. Com o bis marcado em Braga, chegou aos 14 golos nesta época, superando o seu melhor registo de sempre, quando na época 2016-17, já no Benfica, apontou 13.
Jogo no Estádio Municipal de Braga.
Sporting de Braga - Benfica, 1-4.
Ao intervalo: 1-0.
Marcadores: 1-0, Wilson Eduardo, 35 minutos (grande penalidade); 1-1, Pizzi, 59 (grande penalidade); 1-2, Pizzi, 65 (grande penalidade); 1-3, Rúben Dias, 69 e 1-4, Rafa, 90.
Sporting de Braga: Tiago Sá, Esgaio (Ryller, 85), Bruno Viana, Pablo Santos, Murilo, Palhinha, Claudemir, Wilson Eduardo (Dyego Sousa, 74), Ricardo Horta, Fransérgio (Trincão, 85) e Paulinho.
Treinador: Abel Ferreira.
Benfica: Vlachodimos, André Almeida, Rúben Dias, Ferro, Grimaldo, Florentino Luís (Gedson, 80), Samaris, Pizzi (Salvio, 86), Rafa, João Félix (Taarabt, 90+1) e Seferovic.
Treinador: Bruno Lage.
Árbitro: Tiago Martins (Associação de Futebol de Lisboa).
Ação disciplinar: cartão amarelo para Rúben Dias (33), Pizzi (34), Florentino Luís (45+1), Palhinha (45+2), Fransérgio (48), Esgaio (57), João Félix (60), Bruno Viana (64), Rafa (72) e Seferovic (77).
Assistência: 24 046 espectadores.