Depois do impacto internacional de A Grande Beleza (Óscar e Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro de 2014), Paolo Sorrentino teve o cuidado de não se instalar nas facilidades de uma eventual "sequela". A Juventude é, de facto, um filme sobre o envelhecimento, centrando-se em dois amigos, um compositor (Michael Caine) e um cineasta (Harvey Keitel), a descansar numa estância de luxo nos Alpes suíços. Refazendo uma certa sensibilidade melodramática que provém, obviamente, do classicismo italiano (Luigi Comencini talvez possa ser citado como modelo inspirador), Sorrentino faz um filme de desencantado realismo que, em qualquer caso, atrai uma subtil dimensão de fábula existencial.
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O cuidado posto no trabalho dos atores é essencial: para além dos dois protagonistas, importa citar ainda a presença de Paul Dano e, sobretudo, Jane Fonda que, numa performance tão breve quanto exuberante, compõe uma velha diva do mundo do cinema - para alguns analistas americanos, o seu papel pode mesmo valer-lhe uma nomeação para o Óscar de melhor atriz secundária.
Classificação: ***