Em declarações à Agência Lusa, o advogado de defesa da atriz, Jorge Pracana, disse hoje que o pedido de abertura de instrução foi entregue na sexta-feira passada e que agora será analisado pelo juiz de instrução criminal responsável..Sem querer adiantar pormenores sobre o pedido de abertura de instrução, Jorge Pracana disse que no documento solicita, entre outras questões, a inquirição de testemunhas e "a realização de nova perícia aos elementos que estão ligados à questão do gás" e que originaram a explosão no apartamento da atriz.."A primitiva perícia não apreciou devidamente aspetos de segurança dos aparelhos", sublinhou o causídico, que descreve como "essencial" esta nova diligência..Jorge Pracana adiantou à Lusa que, se o juiz de instrução criminal não aceitar que a perícia seja feita nesta fase do processo, a defesa "poderá vir a requerê-la em julgamento", se o processo aí culminar. .Em setembro passado, a Polícia Judiciária terminou a investigação sobre o caso da explosão que em junho destruiu o apartamento da atriz, em Algés (Oeiras), e concluiu que houve uma libertação de gás intencional, através da abertura dos bicos do fogão..A Procuradoria-geral Distrital de Lisboa (PGDL) referiu que foi feito "o arquivamento relativo a uma situação ocorrida em 27 de julho de 2005", que poderia consubstanciar outro crime de libertação de gases asfixiantes..A PGDL adiantou que foi imputada à arguida Sónia Margarida Miranda da Fonseca, conhecida como Sónia Brazão, a prática de um crime de libertação de gases asfixiantes e de explosão..O inquérito sobre a explosão ocorrida a 03 de julho passado foi entregue pela Polícia Judiciária nos serviços do MP a 27 de setembro, data desde a qual o MP "realizou diligências de prova complementares consideradas essenciais à descoberta da verdade, sem devolução dos autos àquele órgão de polícia criminal"..Nessas diligências, o MP analisou relatórios de ocorrência da Protecção Civil, da EDP e da Digal (empresa de gás), recolheu documentação clínica relativa ao atendimento e exame médico de dois feridos resultantes da explosão e à identificação e inquirição do técnico da companhia de gás que foi chamado ao local após a explosão. .Na investigação terminada em setembro, a PJ apontava no sentido de a atriz ter "intencionalmente aberto os bicos do fogão", provocando uma libertação excessiva de gás, mas sem intenção de originar uma explosão no apartamento..A investigação das autoridades concluiu que não era intenção da atriz, que sofreu queimaduras de 2.º e 3.º graus no corpo e esteve internada com prognóstico muito reservado, fazer explodir o seu apartamento..A explosão, ocorrida no quarto andar do número 73 da Avenida da República, ao fim da tarde de uma sexta-feira, causou dois feridos e significativa destruição material no edifício, nos prédios vizinhos e fronteiriços e em viaturas que se encontravam na rua.