Somos o 2.º país da Europa com mais mortos em tractores

Portugal é o segundo país da Europa com mais mortos e feridos graves em acidentes com tractores agrícolas - 31 mortos em 2008 - só superado pela Grécia que registou 44 mortos no mesmo ano.
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Para combater este problema, a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) lançou hoje uma campanha nacional de prevenção da sinistralidade rodoviária com tractores agrícolas. A cerimónia decorreu em Santarém, o distrito do país que, entre 2000 e 2009, registou a maior percentagem de mortos (10,4 por cento) e de feridos graves (21,2 por cento).

Segundo o secretário de Estado da Protecção Civil, Vasco Franco, o objectivo da campanha é o de esclarecer os condutores destes veículos para as normas de segurança e "tentar fazer com que a redução do número destes acidentes se aproxime da redução verificada na restante sinistralidade rodoviária".

Na última década, entre 2000 e 2009, houve uma redução de 18 por cento no número de vítimas mortais em acidentes com tractores, um número ainda assim inferior aos 54 por cento de redução nas outras tipologias de acidentes rodoviários.

Neste últimos dez anos (2000-2010), morreram 380 pessoas vítimas destes acidentes, a maioria (71 por cento) devido ao capotamento do veículo, segundo dados fornecidos pela ANSR. Outro dado relevante é que, nos casos de capotamento dos tratores, o número de vítimas mortais supera o número de feridos graves, ao contrário do que acontece nos outros acidentes rodoviários.

Segundo Paulo Marques, presidente da ANSR, a taxa de mortalidade nos condutores de veículos agrícolas é oito vezes superior à dos condutores de automóveis ligeiros e pesados e é o quádruplo dos condutores de motociclos e ciclomotores.

Segundo a ANSR, as principais causas destes acidentes são o cansaço, excesso de horas de trabalho, o consumo de álcool pelos condutores, a antiguidade da frota dos veículos agrícolas (a maioria tem mais de 10 anos de idade) e ainda a falta de utilização de equipamentos de proteção anti-capotamento, como é o caso da estrutura metálica em forma arco (conhecida como arco de Sto. António), já de uso obrigatório para os veículos homologados desde 1992/93.

A maioria dos condutores vítimas mortais de acidentes com tratores (17 por cento) tinha mais de 75 anos. Os acidentes registaram-se sobretudo em estradas municipais, não entrando nesta estatística os acidentes que ocorreram em propriedades privadas ou fora das vias rodoviárias.

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