Solitário que assaltava bancos fica em prisão preventiva
Fonte da Unidade Nacional de Contra-Terrorismo (UNCT) da PJ, adiantou que o "solitário" foi ouvido hoje de manhã em primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Cascais, tendo ficado em prisão preventiva, por decisão judicial.
O homem, de 41 anos, empresário em nome individual na área das telecomunicações, residente em Cascais, com dois filhos menores, atuava "sempre sozinho, tinha um aspeto bem cuidado e usava boas roupas" e utilizava diferentes adereços como disfarce e uma réplica de uma arma de fogo nos assaltos.
O detido é suspeito de assaltos desde abril de 2010, nos concelhos concelhos de Lisboa, Cascais, Oeiras, Mafra, Torres Vedras e Seixal, disse a fonte da UNCT, que liderou a investigação, em articulação com o Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP).
O suspeito, que preparava meticulosamente os assaltos, que executava preferencialmente logo de manhã ou à hora do almoço, só falhou em quatro dos 20 que realizou desde abril passado.
Nos restantes levou sempre dinheiro, em quantias relativamente baixas como são as que estão nos caixas, mas em dois casos, devido à distração dos próprios bancos, havia bastante mais dinheiro, que não tinha sido retirado a tempo e guardado na caixa forte, relatou a fonte.
A Judiciária escusou-se a avançar com o montante conseguido pelo "solitário".
O suspeito não tem quaisquer antecedentes criminais, atuava "com anormal à vontade" e "mantinha uma vida normal e discreta", o que dificultou a sua identificação. Estava registado como empresário em nome individual, a operar como comercial na venda de telemóveis, centrais telefónicas e redes.
Depois de uma longa investigação, iniciada após o primeiro assalto os homens da UNCT conseguiram apurar dados identificativos do suspeito, de nacionalidade portuguesa, e detê-lo na terça-feira à tarde na zona de Cascais, onde residia, e apreenderam a réplica da arma de fogo, a indumentária utilizada nos assaltos e os adereços de disfarce.
A fonte da UNCT disse que este "é o último dos solitários a operar assaltos nos últimos anos", acrescentando que este tipo de crimes tem vindo a diminuir.
"Eles já sabem que acabam por ser presos e isso tem um efeito preventivo e dissuasor", concluiu a fonte.