Sócrates diz ser legítimo duvidar da palavra do primeiro-ministro

Comentador da RTP diz que notícia da semana é o anúncio de Passos Coelho de que os salários e pensões não voltarão aos níveis de 2011
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O antigo primeiro ministro José Sócrates considerou, esta noite no habitual espaço de comentário da RTP, ser legítimo que os "políticos coloquem em causa a palavra do primeiro-ministro". Isto porque, esta semana, Passos Coelho disse no Parlamento que os salários e pensões não voltariam aos níveis de 2011. O Bloco de Esquera confrontou Passos com o assunto, o primeiro-ministro disse-se ofendido e não respondeu. Para Sócrates, tal quer dizer que "os cortes são definitivos" e não transitórios, como o governo alegou junto do Tribunal Constitucional.

As declarações de Passos Coelho no Parlamento leveram, aliás, José Sócrates a recuar até 2011, quando Passos Coelho, então candidato a primeiro-ministro, garantiu em campanha que o seu governo jamais iria "acabar com o 13º mês e o subsídio de férias". Questionado se o País tem, atualmente, condições para regressar aos níveis salariais e de pensões de 2011, José Sócrates apontou dois caminhos para atingir esse objetivo: "Parar com a hemorragia na procura interna e recuperar o investimento".

O ex-primeiro ministro criticou ainda uma medida inscrita no último memorando com a troika para baixar as indemnizações por despedimento ilegal. "Até os patrões ficaram embaraçados", referiu José Sócrates, dizendo que, apesar de ser uma intenção, o certo é que a proposta foi discutida e acertada com a troika.

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