O líder dos sociais-democratas alemães Sigmar Gabriel foi hoje nomeado ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, substituindo na pasta o também social-democrata Frank-Walter Steinmeier, que será designado em fevereiro como Presidente alemão, cargo sobretudo cerimonial..A primeira visita oficial de Sigmar Gabriel como novo chefe da diplomacia alemã acontece já este sábado em Paris, onde vai encontrar-se com o seu homólogo francês Jean-Marc Ayrault..O ainda Presidente alemão, Joachim Gauck, oficializou hoje a demissão de Sigmar Gabriel do cargo de ministro da Economia e a sua nomeação para a liderança da diplomacia alemã..A pasta da Economia foi entregue à também social-democrata Brigitte Zypries (Partido Social-Democrata, SPD)..A par da diplomacia, o líder do SPD mantém a posição de vice-chanceler do governo de coligação liderado por Angela Merkel e que reúne os sociais-democratas e o bloco conservador da chanceler CDU/CSU (União Democrática Cristã e União Social Cristã da Baviera)..Apontado em tempos como o potencial candidato do SPD para disputar a liderança do governo alemão nas eleições legislativas de 24 de setembro, Sigmar Gabriel, de 57 anos, anunciou esta semana que não avançava, abrindo espaço para a candidatura de Martin Schulz, ex-presidente do Parlamento Europeu..Versátil, imprevisível e adepto de um discurso espontâneo, Sigmar Gabriel não apresenta, à primeira vista, as características geralmente associadas à pasta da diplomacia.."No meu próximo cargo, não posso continuar assim, disse-me [Frank-Walter] Steinmeier", afirmou na quinta-feira Sigmar Gabriel no Parlamento.."Disse-me que tenho de ser mais diplomático", referiu..Os próximos tempos para a diplomacia alemã e europeia apresentam-se como desafiantes, com o arranque das negociações, previsto para a primavera, da saída do Reino Unido da União Europeia (UE) e com o diálogo com a nova administração dos Estados Unidos, encarada como ultraprotecionista..Em meados de fevereiro, Sigmar Gabriel poderá encontrar-se com o seu futuro homólogo americano, Rex Tillerson (que ainda precisa da confirmação do Senado norte-americano), durante uma reunião em Bona do G20 (grupo que reúne as 20 economias mais ricas e emergentes do mundo), cuja presidência está neste momento nas mãos da Alemanha.