Uma área gigantesca - quase metade da de Portugal e com 6,4 milhões de habitantes -, construída entre morros e montanhas e a abraçar o mar. É o que faz do Rio uma cidade maravilhosa. Pena ser tão perigosa. Chega-se ao fim do dia a suspirar de alívio por tudo correr bem, mas andámos por todo o lado, de dia e de noite, sem incidentes pelo meio. E com a sensação de termos participado num evento extraordinário: os Jogos Olímpicos. O centro citadino do Rio é edificado numa espécie de cascata, com habitação de luxo nas primeiras linhas da praia, prédios mais modestos nas ruas seguintes e favelas que sobem pelos morros. As distâncias levam horas a percorrer, mesmos nos transportes mais rápidos, que nesta altura são o metro e o BRT (Bus Rapid Transit). Quase duas horas de viagem entre o Complexo Olímpico ou a Aldeia Olímpica, na Barra, e os estádios de Copacabana. Há vias cortadas, grandes filas de trânsito e o carro ou o táxi têm dificuldade em circular. Polícias e militares, sempre mais do que um, estão em todo o lado: transportes, paragens, centros comerciais, ruas, praias, praças; monumentos e demais locais públicos e turísticos. Vieram de todo o lado para garantir a segurança nas competições, a população do interior queixa-se por ter ficado a descoberto, mas os cariocas estão contentes, muitos não acreditavam que os Jogos corressem bem, e relevam os equipamentos que ficam para a cidade. Estivemos nesses locais todos, sem esquecer uma visita à favela do Vidigal, onde fica um hostel bem equipado, com vista panorâmica sobre a cidade e que serve uma excelente, e cara, caipirinha. Com as devidas precauções, pertences juntos ao corpo ou em mochilas, atenção nas saídas e entradas nos transportes. Andámos sempre em grupo, cinco fixos e mais três que se juntaram, com outros tantos portugueses que circulam por esta altura no Rio. E com os brasileiros a apoiarem os atletas portugueses. Acompanhámos as provas de natação, fizemos turismo e regressámos a Lisboa sãos e salvos.