Afinal de contas, nem tudo é digital nos tempos que correm... É bem verdade que, para traçar este retrato de Paul Gauguin (1848-1903), o filme de Edouard Deluc evoca as convulsões do impressionismo e pós-impressionismo num tom académico que não ultrapassa as boas intenções de um telefilme biográfico.
Mas não é menos verdade que Deluc, recusando as "facilidades" das imagens virtuais, se empenhou em evocar a odisseia estética e sentimental do pintor em Tahiti através de esplendorosas paisagens naturais que, muito para além da lógica corrente do "bilhete postal", adquirem um fundamental valor dramático na sua narrativa.
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Com um enérgico Vincent Cassel no papel de Gauguin, eis um filme "antigo" pelo espírito, apesar de tudo com uma energia visual que falta a muitas experiências ditas "modernas".
Classificação: ** (com interesse)