Soares da Costa está a fazer "avaliação jurídica" da obra do Museu do Design e da Moda

A Soares da Costa está a fazer uma "avaliação jurídica" do caso da obra do Museu do Design e da Moda (MUDE), cujo contrato foi rescindido pelo promotor e que a construtora diz apresentar "vários problemas" no projeto.
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"A questão está a ser avaliada pelos serviços jurídicos da empresa. Há um litígio e uma diferença de interpretação, nomeadamente porque a empresa entende que o projeto apresentava vários problemas", disse à agência Lusa fonte oficial da Soares da Costa.

Confirmando que, tal como a agência Lusa noticiou na quinta-feira, o MUDE rescindiu o contrato com a construtora, a Soares da Costa diz estar agora a fazer "uma avaliação jurídica dos próximos passos" a dar.

A diretora do Museu do Design e da Moda disse na quinta-feira à agência Lusa que o MUDE vai abrir um novo concurso internacional para a reabilitação do edifício onde funciona, em Lisboa, depois de ter posto fim ao contrato com a empresa responsável pelas obras, que entretanto pararam.

"Foi feita uma empreitada para a reabilitação integral do edifício do museu, mas devido a problemas vários, nomeadamente incumprimentos dos 'timings', e a não-execução cabal e total de todos os trabalhos que estavam implicados, houve a necessidade de fazer uma resolução do contrato com a empresa", explicou Bárbara Coutinho.

O MUDE encerrou em maio de 2016, para obras de requalificação integral do edifício de oito pisos, na rua Augusta, na Baixa de Lisboa, mas continuou a atividade numa programação de exposições, dentro e fora da capital, intitulada "MUDE Fora de Portas".

Os atrasos e incumprimentos vários aconteceram "em meados de março deste ano, levando à necessidade, como é habitual nestas situações, de fazer uma revisão do projeto, avaliando aquilo que já tinha sido construído, e aquilo que ainda falta, para fazer a reabilitação integral", acrescentou a responsável.

Neste momento, o MUDE está a fazer uma revisão de arquitetura e de especialidades com vista à futura reabertura de um novo concurso internacional, para uma nova empreitada do edifício.

"As obras pararam, é verdade, mas todo o trabalho que está a ser feito pretende que, no mais curto espaço de tempo, seja lançada uma nova empreitada para terminar a obras, com vista à reabertura integral do edifício", que estava prevista para este ano.

Por ter de abrir novo concurso internacional, a data de abertura do museu é agora uma incógnita, e a diretora do MUDE preferiu também não estimar a data do lançamento do concurso.

"Neste momento será prematuro [indicar uma data]. O mais importante é referir que teve de ser feito um levantamento exaustivo e uma revisão do projeto que está em curso, com vista a criar todos os documentos que sejam necessários do ponto de vista processual e jurídico, para a reabertura do concurso", salientou.

Bárbara Coutinho disse à Lusa que, assim que tiver um calendário já definido poderá "informar o público para que possa ir seguindo os trâmites das obras".

"Estamos a fazer o trabalho necessário para que esta reabertura do concurso seja a mais rápida possível, de maneira que possamos também delinear uma data para a reabertura do museu", disse.

Para a diretora do MUDE, não é só a questão do 'timing' que está em causa, mas da qualidade: "Não é todos os dias que se faz um museu. Estamos a falar de um edifício de oito pisos, com 15 mil metros quadrados, com uma intervenção complexa, que deve reabrir na sua melhor forma, para receber os seus visitantes".

Questionada sobre se o MUDE irá continuar com a programação "Fora de Portas", com exposições e outras iniciativas noutros espaços da cidade, Bárbara Coutinho recordou que ela sempre existiu, mesmo quando o museu estava aberto, e vai prosseguir no ano que vem, pois "faz parte da estratégia ir ao encontro das populações".

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