Mulher e mãe em cruzamento permanente .Costumo dizer que descobri que ser mulher era relevante depois de entrar para a política. Refletindo um bocadinho mais, talvez não seja bem verdade, mas é pura verdade que só nessa altura ganhei total consciência das múltiplas implicações de ser mulher..Entrei para a Faculdade de Direito de Lisboa em outubro de 1992. Havia várias assistentes, mas uma única mulher doutorada em direito - a Professora Isabel Magalhães Colaço. Na altura, não me causou particular estranheza, nem refleti muito sobre isso, mas lembro-me de me causar algum fascínio, de achar engraçado que exigisse o tratamento pelo apelido e não pelo nome próprio (o que na verdade era uma distinção habitual entre homens e mulheres). Durante o meu período de licenciatura, doutorou-se a segunda mulher, a Professora Teresa Beleza, e a primeira em Coimbra, na mais antiga faculdade de direito portuguesa, a Professora Anabela Miranda Rodrigues..O meu plano de só ter filhos depois de entregar a tese foi rapidamente ultrapassado. (...) Recordo me muito bem do dia em que telefonei ao Tiago, da Alemanha, e que iniciamos uma conversa profunda sobre esta mudança de perspetiva. E foi assim que, em 2001, nasceu a nossa filha Maria do Mar. Parei dois meses e meio, mas ao fim desse tempo, que coincidiu sensivelmente com o início de mais um ano letivo, senti que tinha de ir retomando a tese. (...) Ficar em casa a tratar da bebé e escrever a tese ao mesmo tempo não era grande solução. Então, passei a ir todos os dias para casa dos meus pais, ocupar o meu antigo quarto, enquanto a Maria do Mar ficava na sala com a avó. Fazia paragens para dar de mamar, comer e descansar um bocadinho e nessa altura deleitava-me com a Marzinha. Depois voltava ao trabalho, até que o Tiago nos apanhava ao fim da tarde e íamos os três para casa..(...) Na verdade, os filhos, longe de atrasarem a tese, foram sempre um fator acelerador de etapas. O facto de saber que a gravidez importava limitações, por exemplo, de viagens, obrigou-me, com efeito muito positivo, a encontrar etapas intermédias para o trabalho e cumprir esses prazos. (...) Entre 2002 e 2005, devo ter tido os anos mais produtivos da minha vida em todos os sentidos: tive dois filhos, entreguei a tese em 2004 e discutia em janeiro de 2005, grávida do terceiro; trabalhei num gabinete ministerial, dirigi um organismo da administração pública e no ano letivo de 2004-2005 comecei a dar aulas como professora convidada na Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa. (...).O Governo coincidiu com mais uma grande transformação da nossa família: em 2013 nasceu a Maria da Luz. No dia 24 de julho tomei posse como Ministra da Agricultura e do Mar, na sequência da crise política e subsequente remodelação profunda no Governo. Quatro dias depois, nasceu a Luzinha. A gravidez e o nascimento, para nós encarados com perfeita normalidade, tiveram um impacto público para mim um pouco inesperado, mas também muito esclarecedor. (...) Ainda hoje fico perplexa quando penso que um jornal de referência, através do gabinete de imprensa do Ministério, quis saber se eu iria abandonar o Governo por estar grávida. (...).Durante todo este percurso, só porventura uma vez, uma única vez, senti que ser mulher e mãe me tinha retirado uma oportunidade. (...) Estávamos em 2003 e era preciso, excecionalmente, um doutorando para ajudar em Direito das Obrigações. A escolha recaiu sobre um colega homem, de extraordinária qualidade, mas à pergunta sobre porque não tinha sido eu a escolhida, a resposta foi pronta: porque vai ter um filho. E quando ripostei que ele também ia ter um filho, a réplica foi dolorosa: "Só me preocupam os filhos das doutorandas, não dos doutorandos." Teria aceitado muito bem se me tivessem dito que ele era melhor, agora a razão invocada não era válida. (...) Afinal, o meu pai tinha razão, concluí, irritada..E, na verdade, o nascimento dos filhos transforma profundamente as nossas vidas (...) A diferença de feitios e de perspetivas dos filhos nota se também muito na forma como veem a minha atividade. Creio que só os dois mais velhos se lembram da fase da Faculdade, mas recordo bem o fascínio dos três quando lá iam, viam o meu gabinete minúsculo e adoravam as salas de aula, ou quando me viam a corrigir exames. Quando fui eleita deputada, as reações foram muito diferentes: a Maria do Mar, hoje grande apoiante, era uma crítica profunda por causa dos horários extensos, o Zé Maria um defensor acérrimo, fazendo reparos à irmã porque o que eu estava a fazer era "muito importante", o Vicente menos vocal, mas sempre atento e entusiasmado. Hoje, a Luz, que nunca conheceu outro contexto, é uma apoiante indefetível. Dito isto, nenhum liga muito ao facto de a mãe "aparecer na televisão". Esse não é o ponto importante e ainda bem..Porque é difícil chegar a posições de topo.Olho à minha volta e constato facilmente que as coisas são muito diferentes da minha realidade pessoal e profissional. As mulheres estão sub-representadas na política e em cargos de topo um pouco em todos os domínios, com especial ênfase nas maiores empresas. Estes dois mundos são muito distintos, mas no que toca à progressão, sente se o mesmo "teto de cristal", expressão usada precisamente para designar o facto de as mulheres olharem para o topo e terem uma imensa dificuldade em lá chegar, como se existisse uma barreira invisível. (...).A lei das quotas, aprovada em 2006, precedeu uma transformação, e hoje contamos com 33% de mulheres eleitas, mas na verdade não se foi além desse limite mínimo obrigatório por lei. No CDS, atualmente com 8 mulheres e 10 homens, superamos largamente esse número, mas não é assim em todos os partidos. A lei recentemente aprovada sobe a exigência para 40%. Creio que todos - sejamos a favor das quotas, como é o meu caso, ou contra, como é a maioria do meu partido - ambicionamos um momento em que não seja precisa qualquer quota para garantir que mulheres e homens possam ocupar qualquer lugar de topo. Se formos para outro campo e olharmos para as maiores empresas, verificamos que nos conselhos de administração das empresas cotadas em bolsa, as mulheres têm uma presença de apenas 16,7%..Mas por que razão havemos de querer ter mais mulheres nestes cargos? É uma pergunta legítima. Por várias razões: porque as mulheres têm tanto direito de lá chegar como os homens, porque as mulheres são tão ou mais instruídas do que os homens, porque o sucesso de qualquer organização se faz da complementaridade de perfis, porque, por fim, para quem é mais sensível a uma análise económica, os estudos demonstram que empresas com mais mulheres têm melhores resultados. No caso da política, há um facto ainda mais relevante: porque as mulheres representam 52% da nossa população e as escolhas que se fazem em política impactam diretamente na vida de todos nós. (...).Mas se hoje já conseguimos gerar um consenso bastante alargado no que toca à vantagem global de uma maior participação feminina, por que razão o progresso é tão lento? Falo da política, espaço que conheço melhor. Na minha opinião, essencialmente por duas ordens de razões. Em primeiro lugar, porque é mais difícil para as mulheres conciliarem as várias dimensões da sua vida, em especial o trabalho e a vida familiar, e quando são colocadas perante uma situação de escolha, frequentemente "optam" pela família. Em segundo lugar, porque está profundamente enraizado na nossa sociedade, muitas vezes de forma inconsciente e a começar pelas próprias mulheres, que à mulher cabe um papel de segunda linha, de apoio ao homem, não de linha da frente. Vamos por partes..Conciliar trabalho/família.O trabalho político que, por regra, antecede o exercício de cargos (...) é feito esmagadoramente de forma voluntária e roubando tempo à família, aos amigos, ao descanso ou a outros interesses de ordem diversa, como culturais e desportivos. (...)E aqui voltamos à questão do início: são as mulheres que maioritariamente asseguram mais tempo de trabalho dentro de casa, a cuidar dos filhos e das tarefas domésticas, pelo que são quem tem sempre menos tempo disponível. (...)Se um homem chegar a casa e disser que nessa noite ou na seguinte não estará porque tem, por hipótese, uma reunião partidária, em geral não há problema nenhum, sabe e assume que haverá alguém para tomar conta das crianças; se uma mulher quiser ir à mesma reunião partidária, tem certamente que planear previamente para garantir que alguém fica com as crianças, o pai ou outra pessoa. O grau de liberdade é muitíssimo diferente, porque é assumido por mulheres e homens, muitas vezes de forma meramente implícita e não verbalizada, que as crianças são encargo primeiro das mães. A consequência é óbvia: quem não está, quem não aparece, simplesmente é esquecido, não conta. Isto é particularmente relevante, porque num mundo dominado maioritariamente por homens, são eles que definem o calendário e o horário das reuniões, encontros e ações, e têm, em geral, pouca atenção para as dificuldades de conciliar trabalho/família. Para eles, há sempre alguém que fica em back office. Por outro lado, num mundo em que a esmagadora maioria das pessoas faz política numa perspetiva voluntária de compromisso cívico, é muito difícil marcar reuniões alargadas dentro de um tempo normal de trabalho, precisamente porque a essas horas a maioria das pessoas estão a trabalhar. Fora desse tempo sobram os fins de tarde, a hora de jantar e a noite, tudo momentos muito difíceis para as mulheres. Quando entrei para o CDS, o que mais me incomodava eram reuniões ao final da tarde: para quem tem filhos pequenos, como era o meu caso, na altura com 6, 4 e 2 anos, o fim da tarde é o momento de toda a atividade numa casa, entre dar banhos, preparar e dar o jantar e pô-los na cama cedo. Para mim, naquela fase, era mil vezes preferível uma reunião às nove e meia da noite, altura em que já não davam pela minha falta, do que chegar a casa a essa hora, em que já estariam a dormir. Isto é mais ou menos evidente para qualquer mãe de crianças pequenas, mas era tudo menos óbvio para os meus "colegas" de partido. No que depende apenas de mim, ainda hoje só muito excecionalmente marco reuniões a começar às cinco da tarde. Procuro concentrar de manhã, à hora de almoço e ao início da tarde e deixar o fim da tarde para resolver coisas à distância. E faço toda a ginástica possível para jantar em casa..As reuniões da comissão executiva do CDS, decorrem à hora de almoço e as reuniões, mensais, da Comissão Política Nacional, às nove e meia da noite. Mas se não tivesse um marido atento a estas questões e que verdadeiramente divide todas as tarefas comigo, seria impossível dedicar-me à política. Eu posso chegar a casa, tal como o Tiago, e dizer tranquilamente que neste ou naquele momento não conseguirei estar. Sou persistente, e acho que devemos batalhar para fazer tudo e conciliar tudo, mas sei que, se um dia ficasse claro que não o conseguia fazer, a escolha, como a de tantas mulheres, penderia para a família..Talvez porque a generalidade das mulheres realiza-se em múltiplas dimensões. Para uma mulher que se realiza através da família e do trabalho dispensar a política é a escolha mais óbvia - até porque o ambiente muito masculino e muitas vezes excessivamente bélico também não é apelativo para muitas mulheres. Para um homem, formatado social e culturalmente para vencer no trabalho, o foco está aí, e estando aí também o liberta de tarefas familiares e domésticas e, por ironia, acaba por libertar tempo para a ação política. Não quer dizer que os homens também não tenham vontade - cada vez mais, penso - de se realizarem com múltiplas dimensões da sua vida, mas os papéis, no dia-a-dia, ainda continuam muito estereotipados. Recordo-me de que no tempo do Governo tinha de viajar muito. (...)Ao início, de cada vez que saía, a minha mãe telefonava ao Tiago a oferecer-se para lá deixar as crianças. O Tiago agradecia, mas respondia que não era necessário, que estava tudo bem. Depois de muitos meses sempre a oferecer-se, percebeu que realmente o pai conseguia tratar muito bem das crianças, que pedia ajuda se necessário, e ficou de consciência tranquila. Na verdade, talvez de forma inconsciente, penso que a minha mãe, além de obviamente querer ajudar e aliviar o genro, sentia também que não estando eu, de alguma forma a obrigação, enquanto mulher, mãe e avó, também lhe cabia, em minha substituição. Para mim, a disponibilidade paritária e o apoio do Tiago foram e são essenciais para manter este nível de compromisso político. (...) Cada família é uma família, cada lar é um lar, cada casal é um casal. O que funciona para uns pode não funcionar para outros, mas penso que esta ideia de que as pessoas podem formar uma verdadeira equipa e apoiarem-se mutuamente para que cada um, em parceria, possa ser feliz e concretizar a sua vida, tem uma grande latitude. (...).Ficar sempre em segundo lugar.Hoje tenho um ângulo particularmente privilegiado de análise sobre este tema. Apesar de nunca me ter dedicado ao seu estudo, posso partilhar a minha experiência, fruto de vivências refletidas. Desde que assumi a liderança do CDS, em 2016, tenho procurado ativamente desafiar muitas mulheres a juntarem-se e peço aos nossos dirigentes homens para terem também essa abertura e preocupação. O resultado faz-se sentir, mas continua a ser lento. Muitas mulheres até gostariam de participar, mas sentem que "não têm vida" para isso. (...)Acresce que a generalidade das mulheres tem um maior sentido de compromisso: por exemplo, não aceitam integrar um órgão se sentirem que depois não conseguirão estar presentes, se souberem que muitas vezes terão de faltar por causa dos filhos ou do trabalho. Mais depressa estão disponíveis para ajudar - e ajudam - de outras formas, menos institucionais e formais. Já nos homens observo o oposto: quando estão disponíveis, querem estar em lugares institucionais e lutam por eles de várias formas, mesmo quando depois faltam tanto ou mais do que elas. As mulheres tendem a excluir se dessa luta..Mas a história não fica por aqui: quando, depois de muito esforço, se consegue que as mulheres integrem as estruturas partidárias em número já significativo, percebo que têm muita dificuldade em falarem nas nossas reuniões. (...) Houve um dia em que fui assinalando as inscrições para uso da palavra com mais atenção: ao fim de 14 nomes masculinos aparecia a primeira mulher... Mais uma vez, quem não fala não se dá a conhecer nem a si nem às suas ideias, quem não fala é esquecida e depois mais dificilmente será escolhida para estar na linha da frente. Não sendo escolhidas para a linha da frente, também não têm capacidade de influência e decisão. É um círculo vicioso..Mas por que razão as mulheres não falam ou falam menos? Muitas vezes a resposta é porque já tudo foi dito, porque os homens tendencialmente gostam de se ouvir e de se repetir, mesmo quando não têm nada muito diferente para dizer. Esta é uma parte da resposta. A minha experiência e intuição dizem-me que as mulheres não falam porque não se sentem confortáveis em expor-se e em sujeitar se à crítica pública. E essa dificuldade surge do papel que historicamente esteve sempre reservado às mulheres: estarem na segunda, para não dizer, última fila, ao lado dos homens, mas sem concorrerem com eles. A sobriedade e a discrição como valores a cultivar pelas mulheres - e não pelos homens - continua a ter efeitos no século XXI. Há uma perpetuação de estereótipos, mesmo se inconsciente, não desejada ou repudiada em tese. (...).Sobre este perpetuar de estereótipos, não resisto a contar algumas situações comuns que vivi quando estava no Governo. Naquela altura viajava muito para várias partes do mundo, normalmente acompanhada por um adjunto. Quando chegávamos ao balcão do hotel para fazer check in, era habitual dirigirem se primeiro ao homem e só depois a mim. Isto aconteceu em países tão distintos quanto a Índia ou a Itália. Quando, por acaso, a organização tinha marcado quartos distintos, também era frequente concluirmos que o melhor quarto tinha sido atribuído a quem me acompanhava, na presunção de que era ele o ministro e eu o elemento do staff. Eu sorria. São detalhes que não valem muito por si, mas refletem bem o estado de coisas enraizado..A aparência.Voltando à questão da exposição pública, é justo dizer-se que as exigências e as críticas em relação às mulheres são superiores às dos homens. A política é um terreno difícil, exige autoestima e capacidade de ignorar as críticas destrutivas e sem fundamento. As mulheres sofrem todo o escrutínio que os homens sofrem, mais um: o da sua aparência. Estou convencida de que esta exigência suplementar é também um dos fatores que dissuade a participação das mulheres, mais uma vez e, porventura, de forma subliminar..Alguns episódios que se passaram comigo, como o do vestido dos kiwis, divertem me, mas admito que não seja assim para todas as mulheres. Mas esta história do vestido merece ser contada. Em janeiro de 2015, Portugal foi o país convidado na maior feira de frutas e legumes do mundo, a Fruit Logistica de Berlim. A organização tinha sido assumida pela PortugalFresh, que teve a ideia de organizar uma passagem de modelos, desenhados pela estilista Katty Xiomara. Nessa altura, tive oportunidade de elogiar os vestidos. Passado poucos meses, recebia no Ministério os responsáveis pela Associação, a Katty Xiomara e o Manuel Serrão, que me queriam oferecer uns vestidos daquela coleção. Os vestidos eram muito bonitos, mas, para além disso, representavam para mim todo o trabalho desenvolvido em conjunto (...). Não hesitei em usá-los, primeiro um com estampado de peras, num jantar de campanha das eleições, no Algarve, e depois, no verão seguinte, o de estampado de kiwis, que apareceu numa entrevista. Os comentários e as críticas foram rápidos e os cartoons também deram o seu contributo. Da minha parte, não me incomodaram, alguns até me divertiram bastante, porque, felizmente, continuo tão livre quanto no primeiro dia e só assim me vejo na política..Liderança no feminino?.Perguntam-me com frequência se há uma liderança no feminino ou como é uma liderança no feminino. Tenho alguma dificuldade em responder, porque, antes de sermos mulheres e homens, somos seres únicos e irrepetíveis. (...) Acresce que os exemplos de mulheres líderes - desde logo na área política - são todos diferentes. É difícil encontrar um padrão, e às vezes, quando são sinalizadas algumas características, é para enfatizar como são próximas daquelas atribuídas aos homens..Dito isto, os estudos mostram que as lideranças femininas têm singularidades para fazer a diferença. Fazer a diferença na sensibilidade que podem trazer para vários temas, desde logo o tema transversal da conciliação trabalho/família, mas também fazer a diferença por um perfil geralmente mais cooperativo e colaborativo e menos bélico. Da minha parte, procuro o mais possível trabalhar em equipa e delegar tarefas. E recordo-me muito de um episódio passado nos meus primeiros tempos de deputada, algures em 2010, quando coordenava o CDS na Comissão de Orçamento e Finanças. Havia certo assunto que estava a ser tratado num grupo de trabalho e questões metodológicas que era preciso acertar. À hora da reunião só estavam deputadas presentes e, como os deputados tardavam em chegar, fomos avançando rapidamente com o assunto num espírito muito construtivo. Quando finalmente apareceram, o assunto estava despachado e limitaram-se a concordar. Fiquei convicta de que se eles lá tivessem estado desde a primeira hora, a reunião teria durado no mínimo mais de duas horas e até era bem possível que o assunto não tivesse ficado resolvido.