Só os pequenos partidos e a abstenção cresceram

O PS manteve a maioria absoluta, mas perdeu um deputado. O PSD também. Os partidos das margens e a abstenção cresceram
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Para o PS não foi a vitória esmagadora que desejava, mas a maioria absoluta salvou-se: tinha 31 deputados e passou para 30, mais um do que a fasquia da maioria absoluta no Parlamento regional (29).

Para o PSD também não foi o arraso eleitoral que se antecipava: o partido perdeu em votos e em percentagem, mas só tem agora menos um deputado do que tinha (passou de 20 para 19).

As eleições regionais dos Açores, ontem, ficaram marcadas por um enorme aumento da abstenção: sete pontos percentuais (de 52% para 59%). Em 2012, 117 mil inscritos não foram às urnas e ontem esse número subiu para quase 135 mil (em 228 mil inscritos).

A outra marca eleitoral do sufrágio foi um crescimento generalizado das pequenas formações (BE, CDS, CDU e até o PPM). Seja como for, o sistema político continua bipolarizado em torno do PS e PSD, que entre si repartem 49 dos 57 deputados.

Juntos, o PS e o PSD perderam cerca de 16,3 mil votos (9,5 mil votos no PS e 6,7 mil no PSD).

Já o CDS, o BE e a CDU cresceram - embora só nos centristas e nos bloquistas isso se tenha refletido em deputados eleitos: o CDS passou de três para quatro e os bloquistas de um para dois.

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Objetivamente, foi o BE - que apostou forte na presença de Catarina Martins no arquipélago - que teve mais razões para sorrir: subiu em número de eleitos, mas também em número de votos (de 2,4 mil votos para 3,4 mil) e em percentagem (de 2,3 para 3,6). Foi o partido que mais cresceu em número de votos e conquistou pela primeira vez um eleito numa ilha (um deputado em São Miguel), que somou ao eleito que já tinha no círculo de compensação.

O CDS - que também levou às ilhas Assunção Cristas - foi igualmente um dos partidos vencedores da noite: cresceu em número de eleitos (passou de três para quatro), em número de votos (6,1 mil para 6,6 mil) e em percentagem (de 5,6 para 7,1).

Já o resultado da CDU foi algo paradoxal. A coligação teve mais votos do que em 2012 (passou de dois mil para 2,4 mil) e reforçou-se percentualmente (de 1,89% para 2,6%). Conseguiu até romper o domínio do PSD e do PS nas ilhas vencendo nas Flores (a ilha mais próxima dos EUA...) e elegendo o veterinário João Paulo Corvelo. Contudo, perderam o eleito do círculo de compensação. Tinham um deputado e assim ficaram.

Já o PPM voltou a reeleger Paulo Estêvão no Corvo e no cômputo global do arquipélago subiu bastante: de 86 votos em 2012 (0,08%) para 866 (0,93%).

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Vasco Cordeiro, agora prestes a ser pela segunda vez reconduzido como presidente do governo regional, disse que esta foi "uma grande vitória do PS", salientando que o partido é o único com eleitos em todas as ilhas.

Já o líder regional do PSD, Duarte Freitas, assumiu a derrota, mas recusando esclarecer se se manterá à frente do partido. O PSD-Açores dominou o poder na região desde 1976 até 1996, quando o PS venceu pela primeira vez, com Carlos César à frente. Desde então só perdeu e os líderes regionais têm-se sucedido.

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