Siza Vieira: "Os eleitores de PS, PCP e BE não perceberiam" se Orçamento não fosse aprovado
Pedro Siza Vieira apenas vê como possibilidade um acordo parlamentar à esquerda para a aprovação do Orçamento do Estado de 2022. Para o ministro da Economia, qualquer hipótese de diálogo com o PSD está fora de questão. Ao mesmo tempo, afirmou em entrevista à RTP, a opinião pública não entenderia se os maiores partidos da esquerda parlamentar não se entendessem.
"Tenho a absoluta convicção de que os eleitores destes três partidos [PS, PCP e BE] não perceberiam que depois de termos ultrapassado uma crise tão dramática, não fossem capazes de passar um OE que aumenta o investimento público, melhora o emprego....", afirmou Pedro Siza Vieira, excluindo de seguida usar a "carta PSD" como forma de tentar fazer passar o diploma: "Neste momento nem vejo como se justifica".
No cenário de eleições antecipadas, algo praticamente certo caso se venha a concretizar o chumbo do Orçamento, Siza Vieira realçou que "não iria acontecer" a "redução do IRS para a classe média e os jovens", ou "os aumentos para os funcionários públicos e o reforço nos serviços de saúde".
Garantindo que uma das principais preocupações do governo é manter estabilidade e previsibilidade fiscal, utilizou este argumento para justificar não mexer nos impostos sobre os combustíveis, quando questionado sobre o facto de estes serem, sensivelmente, 60% do valor total do preço final.
"Não vou falar nisso. O nosso princípio é manter a previsibilidade da trajetória", afirmou.