Síria: Turquia reforça presença militar na fronteira por causa da retirada dos EUA

A Turquia reforçou a presença militar na fronteira com a Síria, prevenindo uma eventual ofensiva do grupo 'jihadista' Estado Islâmico após o anúncio da retirada das tropas americanas estacionadas em território sírio, foi hoje revelado.
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Os Estados Unidos anunciaram na quarta-feira que vão retirar da Síria os dois mil soldados norte-americanos no terreno. A ordem que estabelece a retirada foi assinada no domingo, revelou o Pentágono.

A iniciativa de fazer regressar as tropas partiu do próprio Presidente dos EUA, Donald Trump, e produzirá efeitos em 2019. Os norte-americanos anunciaram, entretanto, que vão manter tropas no Iraque, com capacidade de desferir ataques na Síria.

Trump prometeu que a retirada será "lenta e coordenada" com a Turquia, que avançou já com o reforço da sua presença militar nos dois lados da zona de fronteira com a Síria, procurando evitar um "vazio de poder" na região e temendo eventuais ofensivas.

Segundo notícias divulgadas em Ancara, para a zona fronteiriça de Elbeyli, na província turca de Kilis, foram encaminhadas unidades militares, canhões tipo Howitzer (canhões de cano curto) e baterias de artilharia.

O envio em comboio militar dos reforços começou este fim de semana, com a chegada de centenas de veículos militares a d'al-Bab, localidade no norte da Síria controlada por forças pró-turcas.

Reforços foram ainda enviados para a cidade de d'Akcakale e para o distrito de Ceylanpinar, no sudeste da Turquia.

As tropas americanas lideram desde 2014 a coligação internacional contra a ameaça terrorista na Síria. Analistas internacionais antecipam que a retirada americana dará o controlo total da Síria às forças do Presidente, Bachar Al Asad, ao seu aliado iraniano e à milícia xiita libanesa Hezbollah.

Durante a campanha presidencial de 2016, Donald Trump tinha defendido a diminuição da presença militar norte-americana no Médio Oriente.

Quando tomou posse como Presidente dos EUA, Trump recuou nessa intenção, influenciado por assessores militares que o convenceram da necessidade de manter forças na Síria, para acabar com o Estado Islâmico.

No início de dezembro, o Pentágono tinha desmentido qualquer intenção de retirada da Síria.

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