No documento final do encontro, com 60 páginas e 167 pontos, aprovados hoje um a um pelos 149 padres sinodais, é referido que os abusos provocam nas vítimas, entre elas muitos jovens, sofrimentos que podem durar toda a vida e aos quais nem o arrependimento pode dar solução..No mesmo documento é pedido que seja enfrentada a "falta de responsabilidade e transparência com que muitos casos têm sido geridos" e é criticado o clericalismo "que faz com que alguém acredite que pertence a um grupo que tem todas as respostas e não precisa de ouvir ou aprender nada ou finge escutar".O Sínodo agradece a "quem teve a coragem de denunciar o que sofreu, ajudando a Igreja a tomar consciência do que se passou e a necessidade de reagir decisivamente"..A assembleia de bispos, os únicos que podem votar no documento, "reconheceu que enfrentar os abusos em todos os seus aspetos, inclusive com a valiosa ajuda dos jovens, pode ser uma oportunidade para uma reforma de alcance histórico"..Nos documentos de preparação para este Sínodo, que começou em 03 de outubro, um dos temas era o abuso sexual e revelava que, como o próprio papa enfatizou, essas ações dos membros do clero eram uma das causas que afastavam os jovens da Igreja católica..Também hoje, na conclusão do Sínodo dos Bispos sobre os jovens, o Papa Francisco assegurou que a igreja está viver "um momento difícil", ao ver-se atacada por "um grande acusador", em referência ao demónio. Devido aos nossos pecados, o grande acusador sempre aproveita", disse Francisco, sublinhando que o demónio "atualmente está a condenar a Igreja fortemente"..Além da perseguição dos cristãos no Oriente, acrescentou, "há outro tipo de perseguição, acusações contínuas, para denegrir a mãe Igreja"..No seu discurso, Francisco agradeceu aos jovens que participaram no Sínodo e que trouxeram "vitalidade" à assembleia, na qual houve um debate sobre como a Igreja deveria abordar a juventude..O papa sublinhou que o Sínodo "não é um parlamento, mas é um espaço protegido para que o Espírito Santo possa agir" e que o documento elaborado deve "fazer alguma coisa" relativamente aos bispos que nele participaram.."Nós estudámos, aprovámos, agora o Espírito Santo dá-nos o documento para trabalhar nos nossos corações, somos os destinatários do documento, este documento funciona", declarou.