Sino com suástica é limpo de passado nazi sem autorização da igreja

"Libertámos este sino dos sinais de um tempo de culpa e abuso", dizia uma nota deixada à porta do templo
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A Alemanha continua a tentar encontrar uma forma de lidar com o passado, quase oitenta anos depois da queda do nazismo, mas os sinais desse tempo ainda colocam questões. Desta vez, foi um sino de uma igreja em Schweringen, no norte da Alemanha, que foi "limpo" da "sujidade dos Nacional-Socialistas".

O sino tinha ainda uma suástica gravada, que foi removida por anónimos, que deixaram uma nota na porta da igreja onde explicaram a razão da "limpeza de primavera".

Segundo a BBC, quem removeu os indícios nazis do sino qui acabar com o debate e divisão da cidade em relação à utilização do sino, que tinha deixado de tocar no passado, mas que recentemente voltara a ser usado.

O sino de Schweringen tornou-se controverso após uma outra cidade alemã se ter confrontado com uma polémica semelhante: a igreja de Herxheim também tinha um sino do tempo do nazismo, o "sino de Hitler", como ficou conhecido durante a discussão sobre se continuaria, ou não, a ser utilizado. Em fevereiro, Herxheim decidiu que sim, o sino permanece na igreja para recordar o país do seu passado mais negro.

Uma explicação para que em Schweringen alguém tenha decidido resolver o assunto de forma diferente pode ser encontrada na nota deixada à porta da igreja e que dizia: "Fizemos a limpeza da primavera. Não só está a vila limpa, como também o sino. Do esterco de pombo, da imundície dos Nacional-Socialistas, que ainda ameaçam, após 80 anos, dividir a população da aldeia".

"Com esta esperança, e como cristãos pela liberdade, libertámos este sino dos sinais de um tempo de culpa e abuso", lê-se ainda na nota.

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