Sinkewitz levou a etapa que ninguém quis

Sem cerimónias, o alemão Patrik Sinkewitz (PSK Whirlpool) destacou-se hoje, em Gouveia, para vencer a terceira etapa da Volta a Portugal em bicicleta, num final praticamente votado ao "desprezo" pelos favoritos.
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Cândido Barbosa (Palmeiras Resort-Prio), que manteve a camisola amarela, e os restantes candidatos, provavelmente já com a cabeça na Senhora da Graça, chegaram à meta tranquilamente agrupados, 13 segundos depois do vencedor da tirada de 163,4 quilómetros, iniciada no Fundão.

"O objectivo era apanhar a fuga. A partir daí, no início da subida, seguiram-se vários ataques que não interessavam na classificação geral e, tendo em conta o dia de amanhã (domingo), deixámos a corrida em aberto. (...) Com o desgaste dos últimos dias preferimos abdicar da etapa", confessou Cândido Barbosa.

A excepção foi Tiago Machado (Madeinox-Boavista), que, com o "consentimento" dos restantes, aproveitou a calma reinante para recuperar algum do tempo perdido na véspera, com um arranque que lhe permitiu chegar em terceiro, atrás do ucraniano Ruslan Pidgornyy (ISD), ambos a oito segundos de Sinkewitz.

O germânico já na subida para a meta, que coincidia com contagem de montanha de terceira categoria, precisamente quando o primeiro pelotão neutralizava a fuga do seu companheiro de equipa Martin Mares, campeão checo.

"Foi o momento certo. Ontem (sexta-feira) também tentei, mas tive um furo e acabei por perder um minuto. Hoje foi perfeito e estou bastante satisfeito", afirmou Sinkewitz, de 28 anos, que obteve a segunda vitória da temporada e foi primeiro estrangeiro a vencer uma etapa nesta edição da Volta, depois dos triunfos de Cândido Barbosa (dois) e Manuel Cardoso (um).

Tiago Machado, que se atrasou na véspera devido a duas quedas alheias, preferiu "prevenir", porque "já tinha perdido 15 segundos e não queria perder mais", mas Pidgornyy negou-lhe a bonificação mais gorda do segundo lugar.

Na defesa da camisola a amarela, a Palmeiras Resort-Prio não se importunou com o êxito do alemão nem com a recuperação do português. Controlou os primeiros 50 quilómetros, depois consentiu uma fuga de oito homens, que passaram isolados nas Penhas Douradas (subida de primeira categoria), com Sérgio Sousa (Madeinox-Boavista) à cabeça, e por fim acelerou para apanhá-los já em Gouveia, após a primeira passagem pela meta (km 145), onde o corredor "axadrezado" assegurou a camisola verde de líder da montanha.

Na aproximação à meta, a Liberty Seguros ensaiou duas manobras de diversão, mas a equipa de Tavira, na defesa do seu líder, não desperdiçou energia com ataques de Carlos Nozal e Vítor Rodrigues, reservando forças para a quarta etapa, que vai ligar Trancoso ao alto da Senhora da Graça, em Mondim de Basto (158,1 km).

Os 8,3 quilómetros da subida de primeira categoria ao topo do Monte Farinha (7,7 por cento de inclinação médica) não serão determinantes para o desfecho da Volta, mas vão mostrar quem efectivamente tem capacidade para discutir a vitória. Antes, surge o primeiro teste, na Barragem do Alvão (9,3 km, a 6,8 por cento).

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