Sindicatos dos médicos avançam com greve em junho
O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) anunciaram esta terça-feira à tarde um dia de greve para junho, depois de terem estado reunidos com a ministra da Saúde, Marta Temido. Não houve acordo sobre a atualização salarial ou o horário de trabalho dos médicos.
"Infelizmente fomos empurrados para um processo de greve que nós não desejamos, porque não queremos prejudicar os nossos utentes. Mas o ministério da Saúde não estava minimamente disponível para discutir a diminuição das horas do trabalho de urgência dos médicos, libertando-os para diminuir a lista de espera de cirurgias e de consultas, nem a questão do descongelamento das próprias carreiras e dos concursos", disse o secretário-geral do SIM aos jornalista.
Além da paralisação total, estão ainda prevista greves setoriais como no serviço de anestesia do Hospital Fernando da Fonseca, na Amadora, "onde os serviços mínimos de urgência têm mais médicos do que os que são disponibilizados aos utentes desse hospital", segundo Jorge Roque da Cunha.
Ainda não são conhecidas as datas para a greve, que pode acontecer no final de junho, passado pouco mais de um ano desde a última greve nacional (maio de 2018). Sabe-se apenas que o dia da paralisação vai ser discutido no início do próximo mês, "depois das europeias", para não perturbar as eleições. Mas Roque da Cunha deixou já uma garantia: a greve não será numa segunda ou numa sexta-feira.
No início de abril, as estruturas sindicais já tinham ameaçado "endurecer as formas de luta" caso o Governo não manifestasse abertura nas negociações que já duram há quase quatro anos. Os médicos pretendiam uma redução horária de 18 para 12 horas de trabalho normal no serviço de urgência, a diminuição do número de utentes por médico de família, revisão da carreira médica e atualizações salariais.