Referindo-se à notícia de hoje do Diário de Notícias sobre o facto de as operações contra a imigração ilegal terem levado a um aumento da detenções de estrangeiros, sobretudo no Porto, fazendo com que todas as casas temporárias de acolhimento se encontrem no limite, o SINSEF alertou, em comunicado, para estes imigrantes ilegais serem, em última análise, "vítimas da própria incapacidade de resposta do sistema, com consequências muito graves em termos humanos". Segundo o sindicato de funcionários, o SEF "rebenta pelas costuras".."A situação desesperada em que o SEF se encontra em termos de operacionalidade e para o qual o SINSEF tem repetidamente chamado a atenção, faz com que se encare com extrema preocupação a capacidade de resposta de Portugal como membro responsável europeu nesta vital área do realojamento de refugiados", adianta o comunicado do sindicato presidido por Manuela Niza Ribeiro. Um alerta que surge no dia em que Portugal recebeu as primeiras 24 pessoas beneficiárias de proteção internacional..O sindicato lembra ainda que neste momento "há mais de 7.000 pedidos de Vistos Gold em espera" e que os "atendimentos sem pessoal suficiente levam a situações caricatas como a falta de um único documento implicar uma remarcação para 6 meses depois"..O SEF tem cerca de quatro centenas de funcionários. "Prevê-se que até ao final de 2015 a saída de mais de uma dezena de funcionários o que irá aumentar ainda mais a desordem processual; tendo saído cerca de 100 pessoas desde 2014 (contra escassa meia dúzia de entradas), a "sangria" de funcionários do SEF situa-se num valor superior a 20%, o que é desesperante para uma estrutura tão pequena, de um setor tão sensível e que se pressupõe altamente especializada", alerta ainda o comunicado. Perante este contexto, o sindicato alerta que " a situação ameaça implodir".